O primeiro-ministro do Nepal destaca a crise climática e a desigualdade global na AGNU

O primeiro-ministro Oli alertou para uma catástrofe climática iminente, o ressurgimento das rivalidades geopolíticas e o aumento dos gastos militares, que, segundo ele, estão a conduzir o mundo para a instabilidade.

“Tanto as pessoas como o planeta estão à beira de uma catástrofe climática”, alertou, apontando para a vulnerabilidade do seu país como uma das nações mais propensas a desastres no mundo.

O Primeiro-Ministro também destacou as desigualdades persistentes entre o Norte Global e o Sul Global, criticando a concentração da riqueza nos países desenvolvidos, enquanto a pobreza e a miséria permanecem enraizadas nos países menos desenvolvidos (PMA), incluindo o Nepal.

Apelando a uma liderança mais forte e a uma cooperação significativa para superar estas disparidades, o Sr. Oli reiterou o tema da septuagésima nona sessão da Assembleia: “Não deixar ninguém para trás: agir em conjunto para a promoção da paz, da sustentabilidade e da dignidade humana”.

Ele também enfatizou que o Nepal há muito apoia o princípio da inclusão, consagrado na sua Constituição, que garante os direitos humanos, a representação proporcional e a proteção social para as comunidades vulneráveis.

No cenário internacional, o Sr. Oli reafirmou o compromisso do Nepal com a paz e a não interferência, enraizado nos princípios da igualdade soberana e do respeito mútuo.

O primeiro-ministro observou a posição única do Nepal como um país que emergiu de um conflito e que fez progressos significativos no seu processo de paz desde a assinatura do Acordo de Paz Abrangente em 2006.

Citando o papel do Nepal como um dos principais contribuintes para as missões de manutenção da paz da ONU, apelou a uma maior representação em posições de liderança na Organização, para reflectir a sua contribuição.

Ele também sublinhou a importância do delicado bioma do Nepal, especialmente a região do Himalaia, que desempenha um papel crítico na regulação dos ecossistemas globais, descrevendo-o como um “estabilizador climático natural” essencial para a manutenção do equilíbrio ambiental.

“Dada a sua importância, é essencial que a agenda das montanhas receba a devida atenção nas negociações climáticas”, apelou, ao mesmo tempo que reafirmou o compromisso do Nepal em alcançar emissões líquidas zero até 2045.

Oli também enfatizou a necessidade de ação global, incluindo financiamento adequado para a adaptação climática e o estabelecimento de um fundo de perdas e danos para nações vulneráveis.

Embora reconhecendo os sérios desafios que o mundo enfrenta, o Sr. Oli expressou optimismo sobre o potencial da humanidade para os superar.

“Nenhum dos desafios globais que enfrentamos hoje foi imposto por alienígenas – estes são da nossa autoria”, disse ele, acrescentando que através da compreensão, confiança e cooperação, “podemos superá-los”.

Para encerrar, o primeiro-ministro invocou a filosofia de Vasudhaiva Kutumbakam do antigo texto Maha Upanishad, a crença de que “o mundo é uma família”.

“Com esta convicção permanente, o Nepal está empenhado em desempenhar o seu papel para garantir a nossa aspiração comum de paz, progresso e prosperidade duradouros, sem deixar ninguém para trás.”

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