Antes do início da pandemia, Samuel RosaHenrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti, os quatro membros do vadia, anunciou que a banda se separaria. O fim do grupo, após 30 anos de inúmeros sucessos, foi amigável. A ideia era que a banda fizesse uma grande turnê de despedida no ano seguinte, mas veio a pandemia e os planos foram adiados. Com o fim do confinamento, o Skank voltou à estrada, enchendo estádios e salas de concerto. O longo período de despedida ajudou os integrantes a resolver a separação e os fãs a superar o fim. No primeiro movimento pós-Skank, Samuel Rosa lança nesta quinta-feira, 27, seu primeiro álbum solo, intitulado simplesmente Rosa, com dez faixas inéditas.
Mas não foi só na carreira musical de Samuel que ocorreram mudanças. Na vida pessoal, também viu sua vida dar uma guinada, após o fim do casamento com Ângela Castanheira, mãe dos dois filhos mais velhos, Ana e Juliano, e do novo casamento com Laura Sarkovas, com quem teve a recém-nascida Ava Coincidência – ou não – se chama a música que o músico escolheu para divulgar o álbum. Acompanhe o jogo, cuja letra fala sobre o fim de um longo relacionamento onde cada lado segue seu caminho, em paz e sem brigas. Uma metáfora do amor e também, porque não, do fim da banda.
“Me inspirei, claro, em coisas que vivi”, diz Samuel Rosa a VEJA. “Não é tão premeditado ou planejado. Eles vão dizer: ‘Ah, eu fiz isso para o Skank. Ah, eu fiz isso pelas pessoas com quem me relacionei’. Na verdade, estou falando de alguém que está em um lugar onde a dor sarou um pouco. Ele não está no centro da tempestade e já desenvolveu uma espécie de luto”, acrescenta.
Se por um lado o luto de uma separação parece ter sido curado, por outro, há uma urgência em Samuel em mostrar seu trabalho sem Skank. Para compor o álbum, feito em poucas semanas, ele estabeleceu uma rigorosa disciplina de composição em que se trancava no quarto da filha pela manhã e só saía com uma música ou melodia. Em seguida, levou o material para ser trabalhado em estúdio com os músicos que o acompanharão nesta nova fase: Doca Rolim (guitarra e violão), Alexandre Mourão (contrabaixo), Pedro Kremer (teclados) e Marcelo Dai (bateria e percussão). “Aquela história de 10% inspiração e 90% transpiração é verdade”, brinca.
Porém, não espere músicas completamente diferentes do Skank. As faixas carregam o DNA que fez a banda se tornar um fenômeno de vendas nas décadas de 1990 e 2000. Samuel diz que a ideia foi essa e cita Paul McCartney como referência. “O cara tem 80 anos e ainda joga Ei Judas que ele fez em 1968. Estamos em 2024. É como se ele dissesse: ‘Olha como a música é maior que tudo’”, diz Samuel. “Naquele momento percebi que tenho que fazer o que sei fazer. Eu tenho um limite. Você não pode ser o que você não é. Como diria Erasmo Carlos: ‘A vida me fez só do meu tamanho’. Foi isso que exercitei no disco”, diz.
Pode parecer clichê, mas seguir carreira solo foi uma forma que Samuel encontrou para sair da famigerada “zona de conforto”. Se a banda estivesse ativa, eles estariam, até hoje, realizando seus shows com seus honorários caindo direto em suas contas. “Eu me imaginava aos 80 anos pensando: ‘Nasci em Belo Horizonte, me formei em psicologia. Comecei a tocar aos 14 anos e aos 25 montei uma banda, onde estou até hoje, aos 80′. Tive que tentar outra coisa neste trimestre da vida que ainda tenho”, disse ele.
Durante a turnê de despedida, o Skank causou um fenômeno que poucos artistas nacionais vivenciaram: lotar estádios. Recentemente, turnês de artistas como Ivete Sangalo e Ludmilla tiveram que ser canceladas devido à não venda de ingressos. Para Samuel, porém, não existe bolha. “No nosso caso, havia uma demanda reprimida. Lugares onde tocávamos para 5 mil pessoas, passamos a tocar para 15 mil. Pode ser um reflexo do fim da pandemia ou por se tratar de uma turnê de despedida. Ou ambos. Não acredito que exista uma bolha. O que as pessoas procuram é experiência.”
Também ajudando Samuel na carreira solo está seu filho Juliano, de 25 anos, vocalista da banda Daparte. Juntos, pai e filho, eles costumam se apresentar em shows beneficentes de instituições que atendem pacientes com câncer infantil, como Itaci e Graac. “Não é segredo. Juliano enfrentou um câncer há dez anos e foi um período muito difícil. Nessas horas você toma consciência da causa e desde então sempre estivemos envolvidos em campanhas. Hoje está tudo bem, graças a Deus.”
Com músicas que falam sobre as aventuras e desventuras do amor, só faltaram músicas sobre a outra grande paixão de Samuel: o futebol – tema presente nos discos do Skank. Talvez o período que o time passou na Série B do Campeonato Brasileiro tenha prejudicado sua inspiração futebolística. Com a volta do time à elite do futebol, Samuel agora se sente mais à vontade para fazer piadas com a torcida são-paulina quando está na cidade. “Não falo sobre futebol com minha esposa ou minha filha. Então, vou ao mercadinho aqui do bairro mexer com os moradores do Palmeiras e do Corinthians”, diz. “O dinheiro chegou no clube, mas como bom mineiro, estou desconfiado. Temos esse ditado lá em Minas: ‘Quando a esmola é demais, o santo fica desconfiado’”.
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