‘Os Fantasmas Ainda Se Divertem’ honra legado do c…

‘Os Fantasmas Ainda Se Divertem’ honra legado do c…


O peso da idade fica evidente em Lydia (Winona Ryder). Se na adolescência ela era rebelde, curiosa e ousada, na idade adulta ela é acuada e dócil. As razões para a mudança vão além das imposições da maturidade. O caráter intrigante de Fantasmas se divertem (1988) está agora, mais de trinta anos depois, cansada do dom mediúnico que lhe permite ver pessoas mortas o tempo todo — e fez dela a estrela de um programa de TV bizarro. Ela ficou noiva de um cara muito desagradável e, como manda o carma, tem uma filha que é tão insubmissa quanto antes. Quem a sacode é sua madrasta, Delia (Catherine O’Hara): ela pede a Lydia que procure dentro de si a jovem insolente e imaginativa que um dia foi – e lhe dê espaço para voltar à superfície. A mesma dica vale para quem assiste Fantasmas ainda se divertem (Suco de besouro Suco de besouroEstados Unidos, 2024), aguardada sequência do filme que tornou Winona e o diretor Tim Burton famosos, e que agora está em exibição nos cinemas.

NOVA MUSA – Burton e Monica Bellucci: casal fora da ficção (Parisa Taghizadeh/Warner Bros)

Fantasmas se divertem [Blu-ray]

A dupla retorna ao cenário de contornos góticos e cores vibrantes ao lado de Michael Keaton na pele e terno listrado de Beetlejuice — personagem-título, um demônio arrogante à la treinador do Além, que gosta de ajudar quem acaba de passou para o mundo. lado ali. No primeiro filme, ele é convocado por um casal de fantasmas para assombrar os novos moradores de sua residência — entre eles Lydia, de 15 anos. Seres deformados, maquiagem exagerada e a tentativa de Beetlejuice de casar à força o adolescente fizeram com que o filme, na época, ser chamado de “grotesco” pelos críticos de cinema. New York Times. Mas o sucesso de bilheteria e a longevidade do filme deram-lhe um status cult – e Burton as credenciais do cineasta esquisito favorito de Hollywood.

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CLÁSSICO - Keaton e Winona no filme de 1988: papel deu fama mundial à atriz
CLÁSSICO – Keaton e Winona no filme de 1988: papel deu fama mundial à atriz (Arquivos do 7eme Art/Photo12/AFP)

Tim Burton: O cineasta icônico e seu trabalho – Ian Nathan

O diretor americano passou a década de 1970 tentando estabelecer sua visão de mundo, que mistura o sombrio e o melancólico com um inesperado humor pueril. Com Fantasmas se divertemas portas não apenas se abriram, mas também ganharam um tapete vermelho para receber calorosamente Burton. Seguiram-se títulos notáveis, como homem Morcego (1989), Eduardo Mãos de Tesoura (1990) e a animação O pesadelo antes do Natal (1993). Sua estética virou marca, apelidada de “Burtonesque”. O diretor e sua obra são frutos do clima artístico efervescente daquele período, quando o cinema de terror e de ficção científica dominava as telas e a música pop era repleta de ousadia e letras debochadas. É difícil imaginar como Fantasmas se divertem funcionaria nos tempos atuais, entre o politicamente correto, por um lado, e o conservadorismo religioso, por outro: seu protagonista mulherengo nasceu pronto para cair na cultura do cancelamento – e a ironia de um mundo sobrenatural com demônios e posses, mas embalado para crianças, funcionaria dá vertigem entre aqueles que apoiam a censura dos livros nas escolas.

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MUDANÇA - Jenna e a estrela original, agora sua mãe: passagem do bastão
MUDANÇA – Jenna e a estrela original, agora sua mãe: passagem do bastão (Parisa Taghizadeh/Warner Bros)

O Pesadelo Antes do Natal – Tim Burton

A sequência, no entanto, deve passar ilesa por esse teste de fogo. Beetlejuice ainda é nojento, mas um pouco mais contido que a versão anterior. Desta vez, ele terá que lidar com o passado quando sua vingativa ex-mulher — a italiana Monica Bellucci, namorada na vida real de Burton — foge da caixa onde ficou presa por 600 anos. No plano terreno, Lydia e sua filha, Astrid (Jenna Ortega), enfrentam suas diferenças: a jovem é alvo de provocações na escola por sua família disfuncional — e, para piorar, a menina tem certeza de que sua mãe médium é um charlatão. A reunião familiar na mansão onde tudo começou acontece quando o pai de Lydia, Charles (Jeffrey Jones), morre em um acidente — em uma sequência hilária feita em animação stop motion. Sua esposa, Delia, escultora de mau gosto, tornou-se artista visual contemporânea. Ela transforma a casa mal-assombrada do clã em uma instalação sobre o luto – tema que permeia outros personagens. Se o primeiro filme imortalizou a cena de possessão em que Delia canta a música banana boat (Dia-0), de Harry Belafonte, à mesa de jantar, agora Burton perde a mão em um longo e romântico musical perto do fim. O detalhe mancha o filme, mas não o anula. Além do apelo à nostalgia, o filme mantém sua essência ao defender que, às vezes, são as entidades malignas do sótão que deveriam ter medo das garotas corajosas. Entre os mortos e os vivos, quase todos são salvos.

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Publicado em VEJA em 6 de setembro de 2024, edição nº. 2909



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