“O emo venceu”, diz vocalista da Fresno, sobre nov…

“O emo venceu”, diz vocalista da Fresno, sobre nov…



Com 25 anos de estrada, a banda gaúcha Fresno comemora nesta sexta-feira, 18, no Espaço Unimed, o lançamento de seu novo álbum Eu Nunca Fui Embora, com participações especiais de Chitãozinho & Xororó, Pabllo Vittar, Filipe Catto, Deadfish e NX Zero. No dia seguinte, sábado, 19, o grupo viaja para Natal, no Rio Grande do Norte, para participar do festival Mada, na Arena das Dunas.

A banda, agora como um trio, formada por Lucas, Vavo e Guerra, era vista de forma pejorativa no início da carreira por serem “emo”, um estilo de rock com letras emocionantes. Os anos se passaram e, hoje, o estilo foi reabilitado e o preconceito diminuiu. “Emo venceu”, diz Lucas, em entrevista a VEJA. O novo álbum conta ainda com uma parceria inédita com o NX Zero, banda que disputa atenção com Fresno, e que recentemente voltou às atividades com shows esgotados no Allianz Parque, em São Paulo.

Na entrevista, Lucas e Vavão falaram sobre as participações especiais do álbum, a capacidade da banda de se reinventar ao longo dos anos e formar parcerias inusitadas para quebrar a bolha do rock e a volta do emo. Confira abaixo os melhores trechos.

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O novo álbum Eu Nunca Fui Embora conta com participações especiais de Pabllo Vittar, NX Zero, Dead Fish, Filipe Catto, Deadfish e até Chitãozinho & Xororó. Como é reunir tantas pessoas diferentes no mesmo trabalho?

Lucas: O natural seria fazer um projeto para cada tipo de som porque percebemos que temos fãs que nos procuraram por diversos motivos, musicalmente falando. Queríamos agrupar tudo isso em um álbum porque daria um retrato e uma paisagem mais abertos. O que fazemos musicalmente reflete o nosso público, que é uma multidão que necessariamente só ouve rock. Tem pop, metal e gosto por vários outros gêneros. Se não aproveitássemos as amizades que fizemos ao longo de 25 anos de banda, seria estúpido. Acho que é um álbum de celebração. Temos até parceria com Caetano Veloso, na música Hoje eu sou trovão (2016).

Vavo: Essas parcerias na história de Fresno já acontecem há cerca de dez anos. Todos eles fazem sentido. Todos eles se encaixam. Nada é forçado. Nenhum artista chegou para cantar uma música que não tivesse as suas características.

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Lucas: São artistas que têm uma história conosco, apesar de serem muito diferentes. Como Chitãozinho & Xororó, quando gravamos Estúdio Coca-Cola (2008). Percebemos que tínhamos muito mais semelhanças do que diferenças em nossos sons. Eles começaram a gravar conosco novamente, agora a música Camadasque apareceu em nosso álbum e também em seu novo álbum, José e Durval.

O sertanejo é hoje o ritmo mais popular do Brasil pela capacidade de seus artistas formarem parcerias e se apoiarem, sem permanecerem em uma bolha. Algo que não acontece no rock. Quão importante é sair da bolha e ir além da sua base de fãs?

Lucas: A torcida é muito importante, mas unir forças e não viver em uma bolha também é. Temos um público que defende a banda, que tatua o nome e usa roupas da banda em qualquer contexto. Isso pode provocar em nós um comportamento de bolha. Ao mesmo tempo, não é estrategicamente bom do ponto de vista comercial. Queremos tocar para outros públicos também. Isso vem do desejo da banda. O rock já foi a coisa mais popular do Brasil, seja na época de Charlie Brown Jr., CPM22, Capital Inicial e Jota Quest. O problema é que você fica isolado, às vezes de forma limitante. Não podemos pensar que somos alternativos, que o Brasil não tem lugar para nós. Diversas vezes estouramos a bolha e alcançamos um público não-rock.

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Vocês convidaram Pabllo Vittar, drag artist, e Filipe Catto, artista trans não binário. Quão importante é ter uma diversidade de artistas no álbum?

Lucas: O melhor dessa história é que ela nem passou pela nossa cabeça. Quando convidamos a Pabllo não foi pensando na diversidade, mas porque pensamos na música Eu te amo / eu te odeio (iô-iô) tinha a cara dela. Além disso, Pabllo já havia nos contado que era fã da banda quando ainda era adolescente. Poderíamos até ligar para a Xuxa. Já imaginou como seria maravilhoso ter a Xuxa no álbum? No caso do Filipe Catto, precisava de voz para cantar a música Diga a parte final, para mostrar o ponto de vista de outra pessoa em um relacionamento romântico. Acompanhamos toda a transformação musical do Filipe. Quando ouvimos o disco dela cantando Gal Costa, pensamos: “Esse é o sofrimento que a gente precisava para a música”. Ela deu opiniões tão boas sobre as músicas que foi incluída nos créditos como compositora.

O álbum também conta com parceria com NX Zero. Na década de 2000, Fresno e NX Zero competiam pelo mesmo público. Como foi fazer parceria com eles?

Lucas: Fizemos shows juntos em cinco cidades no início do ano. Tudo o que vivemos juntos na música foi muito forte. Não só para o rock, mas também para o público. Por que não gravamos nenhuma música juntos até agora? Aí o Di Ferrero estava no estúdio conosco e adorou a música Se eu for, irei com você. Convidamos você a gravar conosco. Tem esse clima nostálgico, com saxofones.

Depois de muitas formações, Fresno optou por um trio. Esta é a melhor configuração para a banda?

Lucas: Com esta formação, o papel de cada pessoa fica mais claro. Sinto menos atrito e maior alinhamento. Não quer dizer que a banda esteja sempre em paz, mas acho que muitas vaidades não existem mais. Gosto de pesar as diferenças entre as personalidades que existem na banda e tirar vantagem disso. Esse balanço causa um equilíbrio.

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Vavo: No palco é diferente porque somos seis. Temos baixista, tecladista e percussionista também.

Afinal, o emo venceu?

Lucas: Eu penso que sim. Quando o emo surgiu, a simples postura de ter uma banda com letras que falassem para um público mais jovem sobre seus sentimentos foi ignorada. Na década de 2000, isso quebrou vários paradigmas. Hoje é muito normal uma pessoa demonstrar suas vulnerabilidades no rock. Agora tem diversas festas emo rolando pelo Brasil, com um público que não tinha idade quando surgimos. Estamos vivos e emitindo som. Estamos fazendo coisas novas. Resumindo, o emo ganhou demais e isso é muito bom.

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