O destino coerente e inusitado para as cinzas de u…

Nascido na região de West Midlands, na Inglaterra, Lemmy Kilmister tornou-se uma lenda do rock por uma série de razões. Em termos de queda forte, ele se mostrou acima da média desde o início. Como roadie de Jimi Hendrix, ele disse que seu principal trabalho era conseguir drogas para o guitarrista. A primeira banda de sucesso de Lemmy foi Hawkwind, mas a parceria acabou mal. O abuso de substâncias ilícitas parecia insuportável até para seus companheiros de banda, que estavam longe de serem santos. Acabou expulso e, algum tempo depois, formou seu próprio grupo, o Motorhead. À frente do power trio, empunhando o baixo distorcido do Rickenbacker e rosnando com sua voz rouca letras sobre sexo, jogos de azar e carros, entre outros assuntos, ele elevou o padrão atual do heavy metal para alguns decibéis. A mensagem foi sempre dada de forma seca e direta, sem frescuras instrumentais. Assim, tornou-se referência para diversas gerações posteriores. Do Metallica aos punks, todos passaram a venerá-lo.

Fora dos palcos, ele também chamava a atenção, nem sempre por motivos muito positivos. Com rosto emoldurado por um cavanhaque generoso e uma verruga enorme na bochecha, Lemmy não se importou quando apareceu na lista dos homens mais feios da história do rock, ao lado de nomes como Roy Orbinson e Geddy Leepor Rush. Muito pelo contrário, orgulhava-se de ser admirado como uma antimodelo, um manequim ao contrário, com um toque de cowboy pós-apocalíptico — o chapéu preto estilo western, aliás, era parte obrigatória do look, assim como o chapéu botas pesadas. couro. Sem se importar com a galera politicamente correta, ele adorava exibir suas coleções de facas e roupas e objetos nazistas. Dado o horror de muitas pessoas a este hábito, ele disse francamente que só o fez porque estes itens eram muito mais elegantes do que aqueles usados ​​pelas tropas aliadas durante a Segunda Guerra Mundial.

Os roqueiros mais jovens que tentavam acompanhá-lo nas noitadas nunca conseguiram superar o mestre, que tinha um apetite imbatível pelo álcool. Ele também nunca escondeu o hábito de usar drogas, apenas fez a ressalva de que era contra a heroína. Quando não estava jogando em turnê, passava boa parte do tempo em uma máquina caça-níqueis com um drink de Jake-Cola na mão em seu bar preferido, o Rainbow, no Sunset Boulevard, em Los Angeles, onde morava. Outro de seus vícios eram os clubes de strip. Em Londres, ele morou em Stringfellows, local que receberá uma nova homenagem ao músico, falecido há nove anos em decorrência de câncer de próstata. No dia 18 de dezembro, uma cerimônia liderada por Phil Campbell, ex-guitarrista do Motorhead, levará para lá as cinzas de Lemmy, que serão expostas dentro de uma urna no formato de seu famoso chapéu de cowboy.

Não poderia haver homenagem mais coerente a este lendário hard rocker.