“Nunca bati palma para mané”, diz Fafá de Belém so…

“Nunca bati palma para mané”, diz Fafá de Belém so…


Com quase 50 anos de carreira, o cantor paraense Fafá de Belém Seu nome artístico é a cidade onde nasceu. Grande divulgador da cultura paraense, o artista criou há 14 anos a Varanda de Nazaré, espaço privilegiado onde é possível acompanhar a procissão do Círio de Nazaré, que este ano acontece no dia 13 de outubro e deve atrair cerca de 3 milhões de pessoas. pessoas. As festividades, porém, já começaram nesta terça-feira, dia 8, e contarão com uma grande programação até o final da semana.

Em entrevista a VEJA, a cantora falou sobre a Varanda de Nazaré deste ano e também do II Fórum Varanda da Amazônia, entre terça e quarta-feira, 9. O fórum, realizado no Teatro Maria Sylvia Nunes, tem como objetivo discutir a preservação da Amazônia com especialistas, acadêmicos e representantes dos povos amazônicos. Até o final de 2025, de fato, o Pará ganhará imensa atenção global, com a realização da COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025), que reunirá líderes de diversos países em Belém. Confira os principais trechos abaixo da entrevista.

Como surgiu a ideia, há 14 anos, da Varanda de Nazaré, durante o Círio de Nazaré? Tive esse sonho há 15 anos quando um grupo de amigos desistiu de ir ao Círio porque não havia mais vagas nos hotéis. Então resolvi fazer algo meu, que mostrasse a cultura amazônica. Naquela época, o Pará não estava na moda. A nossa gastronomia não tinha sido descoberta e a COP30 nem sequer era sonhada. Nos meus 50 anos de carreira, sempre trouxe gente para assistir ao Círio e todos voltaram maravilhados com a força da procissão, que é a maior procissão mariana católica do mundo, reunindo 3,5 milhões de pessoas em dois dias.

Você comemora 50 anos de carreira em 2025. Como é atingir esse marco? Comecei quando tinha 18 anos. Minha primeira música, Filho da Bahiaestourou na novela Gabrielaem 1975. Eu não sabia o que era ter trilha sonora de novela. A partir daí, raramente parei. Mas, chegar aos 50 anos de carreira, aos 68, é muito emocionante, porque ainda sou a menina que saiu daqui do Pará, revoltada, com posições muito claras, nunca negociei a alma, nunca tirei sarro, nunca bati palmas para um tolo. Isso às vezes causa algum isolamento. Não pertenço à classe A, B ou C, mas circulo por todo lado. Eu nunca quis ser cantor. Eu queria ser psicóloga.

Assim? Certa vez, um produtor me abordou para fazer um álbum supercomercial X. Eu tinha acabado de explodir Tamba-Tajámeu primeiro LP. Roberto Santana, que me descobriu, me disse que eu tinha que escolher se queria ter carreira ou sucesso. Se tivessem sucesso, eles espremeriam a laranja inteira e não sobraria nada. Uma carreira, eu levaria um tapa na cara, mas também deveria aprender a dizer não. Com isso, me sentiria isolado e fora do mercado, mas em 50 anos olharia para trás e veria que havia construído uma carreira.

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Ao se mudar para o Sudeste para trabalhar, você sofreu muito preconceito? Realmente, ninguém sabia onde estava o Pará naquele momento. Então, ser uma mulher do Norte, com um corpo completamente diferente, com uma gargalhada enorme, que usava decote porque gostava, e não porque queria me exibir, era uma coisa estranha, muito estranha. Imagine a quantidade de assédio que sofri sem perceber. Mas sempre soube me defender. Sempre fui grande, desde os 12 anos.

Cantora Fafá de Belém durante evento promocional da Varanda de Nazaré em outubro de 2024 (//Divulgação)

Paralelamente à Varanda de Nazaré, realizará também o fórum de sustentabilidade Varanda da Amazônia. Ainda há pouca discussão sobre a importância do meio ambiente? O fórum oferece a possibilidade de mostrar que não somos só alegria. É muito fácil olhar para nós, amazonenses, com plumas, tacapes ou usando saia de carimbó. Sim, nos vestimos para dançar. Os indígenas usam isso em suas aldeias. Não são eles que deveriam nos ensinar como nos comportar. Neste fórum convidamos pensadores amazônicos para falar sobre nós. Isso é uma diferença do que vi por aí. Vi muita gente fantasiada, lamento dizer isso, porque não moramos assim no meio da rua.

O Círio é uma gigantesca procissão católica e é conhecida sua relação com a fé, tanto que foi convidado para cantar para três papas. Como foram essas ocasiões? Fiquei com medo nas três vezes que me ligaram. Nunca fui de sair por aí balançando rosários ou dando aulas. O ano de 1995 foi muito difícil para mim e procurei refúgio em Roma no Domingo de Páscoa. Fiquei comovido ao ver o Papa João Paulo II e quis do fundo da minha alma abraçar aquele ser humano único. Quando ele veio ao Brasil, me convidaram. Anos depois soube que isso se devia à minha consistência na campanha das Diretas Já, algo de que tenho muito orgulho. E eu fui lá e beijei o Papa, foi aquela coisa mundial. A mesma coisa aconteceu quando Bento XVI e o Papa Francisco vieram. Foi uma grande bênção porque nunca fiz lobby por isso.

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Recentemente, a senhora se apresentou em cadeira de rodas em Portugal após sofrer uma queda. Como está sua saúde? Quebrei meu joelho, mas isso não me impediu. Foi chato porque sou uma pessoa ativa. Fiquei quase três meses com a perna imobilizada, mas não parei de fazer shows, apenas diminuí o ritmo. Sou muito independente e ser cuidada 24 horas por dia é algo fora da minha normalidade. Este acidente talvez tenha sido um toque para mim, pois sempre dei mais importância às emergências alheias. Comecei a lidar com minhas emergências.

Belém atrairá a atenção do mundo durante a COP30. Como você avalia o desempenho do Brasil na prevenção da natureza? Acho que a questão climática, que sempre foi considerada algo menor, tem cobrado seu preço ao planeta. Ter a COP30 aqui na Amazônia tem uma importância enorme para o mundo, para nós, para os seres humanos que pensam que deixar uma torneira aberta por muito tempo não faz mal.

Durante a COP, os organizadores do Rock in Rio promoverão um mini festival no Pará, com atração internacional. Eles ao menos convidaram você? Eles não me convidaram. Acho que é cedo. Quero que eles sejam felizes porque quanto mais olhos eles tiverem aqui, quanto mais os artistas paraenses tiverem os olhos do mundo, maiores seremos.

Você ainda disse que o Dia do Brasil no Rock in Rio não teve nenhum artista paraense. Gostou do resultado? Toquei no Rock in Rio com o grupo paraense em 2019, mas acho que o Rock in Rio esqueceu da Amazônia quando fizeram essa música esse ano. Aí fizeram um mea culpa, ligaram para algumas pessoas. Acho que a vida segue em frente. Eu não vou retroceder. Minha vida está sempre andando. Não reclamo de estar presente. Quem tem 50 anos de história não pode ficar calado.

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Você ainda sonha em gravar um álbum de rock? Já tenho um show de rock and roll, mas estarei gravando esse disco em breve. Eu, que nunca fui escravo de uma agenda, sempre inventei coisas, posso fazer ainda mais coisas. Quem sabe, talvez eu faça meu álbum de rock and roll em breve.

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