No mês do orgulho, comédia romântica gay ‘13 Sentimentos’ passa vergonha

No mês do orgulho, comédia romântica gay ‘13 Sentimentos’ passa vergonha



Se a sua vida fosse uma comédia romântica americana clichê, como seria? No filme nacional 13 sentimentos, lançado nesta quinta-feira, 13, nos cinemas, o cineasta João (Artur Volpi) faz essa pergunta constantemente, sempre utilizando séries indeterminadas do hemisfério norte para contextualizar sua vida amorosa. Com cerca de 30 anos, ele acaba de terminar um relacionamento de uma década e, pela primeira vez, é lançado na terra sem lei dos aplicativos de namoro online. público gay. O menino está em busca de um novo grande amor que também servirá de inspiração para seu primeiro longa-metragem —já que o roteiro que escreveu foi considerado imaturo pela produtora. Determinado a virar a maré, ele passa a ter mais encontros, sem abrir mão dos princípios românticos e da bússola rígida que em sua mente constituem um parceiro ideal. No caminho, uma pedra: para pagar as contas, ele mergulha no mundo dos vídeos pornográficos amadores, tarefa que o desafiará e o obrigará a abrir seus horizontes.

A estrutura da produção brasileira vem de comédias românticas estrangeiras que buscam introduzir a diversidade sexual no molde que, antes, era dominado por mocinhas carismáticas e galãs viris. Lá eles nasceram Mais que amigos, Orgulho e Sedução, Sangue Vermelho, Branco e Azul e a série Destruidor de corações, tudo sobre pares de homens em jornadas rumo ao desenvolvimento pessoal, sexual e romântico. Honorável, a intenção é perfeitamente apropriada em uma indústria do entretenimento focada em iluminar universos variados e alavancar vozes além das expectativas — mas, em 13 sentimentosrevela o pior dos efeitos colaterais: a infantilização branda e forçadamente feliz da minoria que quer comemorar.

Afinal, boas comédias românticas abrangem nuances que a sinalização de virtude nunca permitiria. Em O casamento do Meu Melhor Amigo O Harry e Sally – feitos um para o outro, são os personagens imperfeitos e o texto contundente que consagram o gênero. Ao transpô-lo para uma simpática cartilha genérica sobre uma experiência gay, o diretor Daniel Ribeiro — do notável romance adolescente Hoje quero voltar sozinho — deixa de lado qualquer acidez e a substitui por piadas soltas, conversa fiada e referências virtuais datadas. Num filme que pretende abordar o sexo, qualquer possibilidade menos modesta ou mais embaraçosa é prontamente evitada: João recusa a sua carnalidade ao longo do filme, apenas para assumi-la nos últimos minutos numa bem-vinda, mas embaraçosa, cena de sexo cuja duração excessiva e afetada direção faz com que cada corte adicional pareça uma piada mais engraçada do que os pretendidos.

Mais do que o público, são os personagens que riem, sempre com sorrisos forçados de bajulação e positividade. Dentes à mostra querem aderir à tendência da alegria, que no exterior virou clichê — “alegria estranha” — e tem como objetivo fazer com que personagens LGBT+ do cinema protagonizem mais do que apenas histórias tristes ou agressivas. O grande número de sentimentos, porém, está apenas no título. Para que a felicidade catártica flua da arte, é necessário algum grau de contraste. Em torno do protagonista, os carismáticos amigos Chico (Marcos Oli) e Alice (Juliana Gerais) tentam, insinuando conflitos mais interessantes, mas seu desenvolvimento é relegado a acontecer fora das telas, mencionado apenas em conversas a serviço do egocêntrico João. Nada sobre 13 sentimentos olha para fora da bolha de seu personagem central, seja para dizer algo pertinente sobre o mundo, seja para construir uma história interessante em si.

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Há lugar para casais do mesmo sexo em histórias felizes e românticas, bem como em todos os gêneros. Se a proposta pretende inovar o espaço em que entra, porém, espera-se um pouco de ousadia e inventividade nas lentes — ainda mais quando uma fórmula estrangeira pueril vai parar no berço da pornochanchada. As minorias merecem narrativas que as confortem, mas não tanto quanto obras que as encorajem. Sem preenchimento, a diversidade no cinema não é diferente das imagens brilhantes de casais gays que aparecem nas vitrines durante o Mês do Orgulho, inócuas e convenientes. Nem treze sentimentos são suficientes para escapar do destino e, assim, a celebração da amarga diversidade torna-se uma festa da miopia.

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