Na Flip, atriz libanesa faz apelo por cessar-fogo…

“Como nos sentimos sem ter para onde voltar? Um lugar para chamar de seu? Essa é a pergunta que me faço hoje. Actualmente, devido à guerra, mais de um milhão de pessoas estão novamente deslocadas no Líbano e noutros locais. A história se repete.”

Tentando conter o choro, a atriz libanesa Wafa’a Celine Halawi apresentou na FLIP (Festival Literário Internacional de Paraty) comunicado pedindo cessar-fogo imediato em Líbanoem Gaza e em todos os lugares que estão atualmente em guerra.

A declaração – assinada por ela, pelo cineasta Marcelo Gomes, pelo escritor Milton Hatoum e pelo cineasta Guilherme Coelho – foi feita durante coquetel em homenagem à atriz libanesa, na Casa República, que participa da FLIP.

Wafa’a Celine Halawi é a protagonista do filme “Retrato de um Certo Oriente”, com roteiro baseado no livro “Relato de um Certo Oriente” do premiado escritor Milton Hatoum. O diretor do filme é o pernambucano Marcelo Gomes, elogiado por seu “Cinema, Aspirina e Urubus”.

O novo “Retrato de um Certo Oriente” tem sido exibido diariamente na FLIP. É um filme sobre memória e preconceito, que mostra a saga dos imigrantes libaneses na floresta amazônica brasileira.

“É um filme que fala sobre amor e humanidade. Isto é o que devemos lembrar hoje. Portanto, precisamos de nos juntar às vozes que exigem um cessar-fogo imediato no Líbano, em Gaza e em todos os lugares em guerra”, disse a atriz libanesa.

DECLARAÇÃO COMPLETA

“Retrato de um Certo Oriente” conta a viagem de Emilie e Emir de Beirute à Amazônia no final da década de 1940.

É uma história de amor que envolve problemas importantes e muito atuais: preconceito, intolerância religiosa, refugiados e deslocados.

Problemas que ainda enfrentamos hoje.

Nesta história, Emilie e seu irmão Emir tiveram que deixar o Líbano e foram acolhidos no Brasil, assim como está acontecendo com refugiados e imigrantes de todo o mundo.

Durante a viagem, eles fazem amizade com uma indígena tucana, Anastácia, que também está sendo expulsa de seu território.

Como nos sentimos sem ter para onde voltar? Um lugar para chamar de seu? Essa é a pergunta que me faço hoje.

Actualmente, devido à guerra, mais de um milhão de pessoas estão novamente deslocadas no Líbano e noutros locais. A história se repete.

Este filme nos convida a pensar as relações humanas baseadas na solidariedade e no respeito às diferenças. E aprenda que a violência não resolve nada.

É um filme que fala sobre amor e humanidade. Isto é o que devemos lembrar hoje. Portanto, precisamos de nos juntar às vozes que exigem um cessar-fogo imediato no Líbano, em Gaza e em todos os lugares em guerra.

Muito obrigado,

Wafa’a Celine Halawi

Milton Hatoum

Marcelo Gomes e Guilherme Cezar Coelho