Livro de Ziraldo é tirado de escolas de cidade mineira; entenda a polêmica

Livro de Ziraldo é tirado de escolas de cidade mineira; entenda a polêmica



O livro Ó Menino marromem Ziraldo (1932-2024), foi temporariamente suspenso do currículo escolar do município mineiro de Conselheiro Lafaiete após uma série de denúncias quanto ao seu conteúdo. “Levando em consideração o nosso respeito aos pais e à comunidade escolar, a Secretaria Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete, diante das diversas manifestações e divergências de opiniões, solicitou a suspensão temporária dos trabalhos realizados no livro”, informou a prefeitura. em um comunicado. , afirmando que a suspensão foi “para melhor reajustar a abordagem pedagógica, evitando assim interpretações equivocadas”.

Publicado em 1986, o livro de Ziraldo é leitura comum nas escolas brasileiras há décadas e está dentro da faixa etária recomendada. A obra conta a história de amizade entre dois meninos, um branco e outro negro. Apesar das diferenças, a dupla desenvolve um vínculo profundo, descobrindo juntos o papel das cores, a própria identidade e os preconceitos do mundo. O relacionamento é utilizado como fio condutor para discutir questões sociais de forma lúdica. “Utilizando uma linguagem simples e ilustrações atrativas, Ziraldo consegue envolver as crianças e facilitar a compreensão de conceitos complexos como racismo e empatia. Ao abordar esses tópicos antecipadamente, Menino marrom ajuda a construir uma base sólida para o desenvolvimento de atitudes positivas e inclusivas nas novas gerações”, argumenta o comunicado da prefeitura.

A reação negativa ao livro ganhou força no Whatsapp. Em áudio que circulou entre grupos da cidade, um pai argumenta que o trabalho de Ziraldo pode induzir as crianças a comportamentos inadequados. Nas redes sociais, uma professora da região, identificada apenas como professora Érica, disse que a situação foi gerada por pais que “retiraram trechos do livro” sem contexto. Ela cita um trecho em que uma senhora maltrata um menino negro quando ele tenta ajudá-la a atravessar a rua. Transtornada, a criança acorda cedo nos dias seguintes para vê-la fazer o mesmo trajeto, imaginando um possível atropelamento —situação considerada inadequada por alguns pais. “As crianças têm sentimentos, inclusive ruins. A leitura da obra lhes dá a oportunidade de compreender e discutir esses sentimentos. Também demonstra que nem todos os adultos são confiáveis. Que podem ser maltratados por alguém e precisarão lidar com isso”, explica a pedagoga.

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Nos comentários à publicação da prefeitura, os usuários cobram aulas de interpretação de textos para os pais, e lamentam o afastamento da obra das escolas. “Não acredito que, em 2024, estamos censurando o Ziraldo!”, escreveu um usuário no Instagram. “Triste decisão! Em breve estarão queimando livros em público”, escreveu outro. Houve, no entanto, quem concordasse com a suspensão. “Pegue-o da biblioteca e leia para seus filhos. Não somos obrigados a engolir goela abaixo o que não queremos”, disse outro perfil. A prefeitura disse que é É necessário um “momento de diálogo com os responsáveis ​​para que não se estabeleçam pensamentos precipitados e depreciativos em relação aos temas abordados”.

Outro livro censurado: O interior da pele

Menino marrom Este não é o primeiro caso de livros retirados das escolas sob pressão dos responsáveis. Outro exemplo recente é o romance O interior da peledo escritor Jeferson Tenório, que foi coletados em escolas do Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul há alguns meses. As secretarias de Educação desses estados afirmam que a obra, vencedora do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Romance Literário, apresenta linguagem impróprio para menores de 18 anos e conteúdo sexual.

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Temas como identidade, relações raciais e negritude são abordados na trama, que acompanha Pedro, um jovem negro que busca resgatar o passado de sua família após a morte prematura de seu pai, vítima da brutalidade policial. Entre as cenas rejeitadas pelos estados que ordenaram a arrecadação da obra está um trecho em que personagens usam palavrões para descrever órgãos genitais. Em outro momento da história, Pedro conta como perdeu a virgindade.

Em setembro de 2022, O interior da pele foi selecionado para compor o Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC). A decisão permite que escolas públicas entreguem a obra a alunos do ensino médio, com idade entre 15 e 17 anos. O livro também é leitura obrigatória para o vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), instituição pública de ensino superior.

Após a censura, o autor recorreu às redes sociais para partilhar a sua indignação: “As distorções e notícias falsas São estratégias de uma extrema direita que promove a desinformação. O mais curioso é que os palavrões e os atos sexuais do livro causam mais desconforto do que racismo, violência policial e morte de negros”, disse Tenório em postagem no Instagram.





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