Fliparacatu destaca potência da literatura das mulheres n…

Fliparacatu destaca potência da literatura das mulheres n…



Quando os ventos do mundo mudam rapidamente de direção – veja a chegada de uma mulher negra e imigrante na disputa pela presidência dos Estados Unidos – é sempre bom dar uma olhada ao seu redor.

Quem já entendeu o espírito da época, o Zeitgeist, aquele conjunto de ideias que define uma época?

No Brasil, têm nome e sobrenome ou evento e objetivo cultural: são os festivais literários organizados por Afonso Borgeso maior agente do assunto no país, na excelente e renomada empresa Sérgio Abranches, Tom Farias Isso é Léo Cunha.

KAMALA HARRIS

Kamala Harrisa negra que teve sucesso como promotora antes de se tornar a primeira procuradora-geral do estado da Califórnia e a primeira senadora de ascendência africana, tirou a venda dos olhos de alguns, surpreendendo os Estados Unidos ao representar justamente esse espírito.

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Não é à toa, mas antes de ser escancarado por Kamala, o 2º Festival Literário Internacional de Paracatu revela essa mesma essência, trazendo a literatura feminina negra de forma inédita. E de uma forma grandiosa, inclusive em números.

O charmoso festival literário terá muito mais mulheres negras do que autores, homens ou mulheres, brancos.

A força do Ministro da Igualdade Racial, Anielle Francoestará presente na abertura do evento em mesa com o jornalista, ativista, autor Bianca Santana – e sua luminosidade. A eles será adicionada a nossa rainha, Conceição Evaristouma entidade viva e muitos outros autores negros.

Em Salvador, a cidade mais negra fora da África, o promotor público Lívia Sant’Anna Vazparece ser um reflexo de Kamala Harris em sua trajetória na justiça como promotora, mas com atuação ainda mais consistente no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial.

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Lívia não será apenas uma das palestrantes, mas lançará o lindo Abayomi: o brilho de encontros preciosos, em coautoria com Chiara Ramos. A publicação infantil é um conto afrodiaspórico sobre o amor entre irmãs, amor entre gerações, amor ancestral. Ao dizer, em outro livro, que “A Justiça é uma mulher negra e não caminha sozinha”, Lívia Sant’Anna Vaz evoca o desejo de estar lado a lado, construindo coletivamente uma nova sociedade, sentimento que emerge de forma especial nisso FliParacatu.

O festival também receberá o lançamento do romance Cassandra em Mogadíscio, do escritor italiano somali Igiaba Scegosobre os imigrantes africanos na Europa nos anos 90, mais especificamente na Itália, depois dos horrores da ditadura de Siad Barre, em Somália.

E portanto, mais uma vez: como não lembrar de Kamala, filha de imigrantes que, como num passe de mágica, arrancou na corrida à presidência dos Estados Unidos, tornando-se a primeira mulher negra a assumir esse cargo?

O romance Cassandra em Mogadíscio entrelaça a história da família Scego com temas de exílio, trauma e esperança, explorando as complexidades de viver entre duas culturas, como uma de ascendência jamaicana e indiana.

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A força da mulher negra também inclui a brilhante escritora Eliane Alves Cruzque depois de ganhar prémios com os livros “A Vestida” e “Água de barril” e de inúmeros leitores com “Solitária”, um dos best-sellers da “Companhia das Letras”, entregou recentemente os originais de “Meridiana” para a editora. Eliana pode nos contar mais detalhes?

O romance narra a trajetória das mulheres negras escravizadas e de seus descendentes ao longo dos séculos, desde o período colonial até os dias atuais. O livro aborda temas como resistência, ancestralidade, racismo e luta por identidade e liberdade. Através de uma narrativa instigante, a autora explora a força e a resiliência das mulheres negras brasileiras.

O festival terá atrações envolvendo esses nomes e outros como Aílton KrenakAlessandra Roscoe, Djaimilia Pereira de Almeida (Portugal), Edney Silvestre, Eliana Marques, Emanuele Arioli (França), Estevão Ribeiro e seu abraço, Flávia Helena, Geni Núñez, Guilherme Amado, Itamar Vieira Junior, Jamil ChadeJeferson Tenório, Joana Silva, Joca Terron, Léo Cunha, Lívia Sant’Anna Vaz, Marcia Tiburi, Marco Haurélio, Míriam Leitão, Myriam Scotti, Paloma Jorge Amado, Paulo Lins, Paula Gicovate, Roberto Parmeggiani (Itália), Ruth Manus, Sergio Abranches, Sérgio Rodrigues, Simone Paulino, Taiane Santi Martins, Teresa Cárdenas (Cuba), Tino Freitas, Tom Farias e Trudruá Dorrico.

Apesar de convidada a estar presente para discutir memória, verdade e os 60 anos do golpe militar, esta colunista quer muito ouvir de colegas escritores, especialmente dessas mulheres negras, as “vozes femininas” de Conceição Evaristo (Leia abaixo ou assista aqui) que trazem à luz nossa verdadeira ancestralidade.

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Axé, leitores! O festival acontece entre 28 de agosto e 1º de setembro.

A voz da minha bisavó
criança ecoou
nos porões do navio.
Ecoou lamentações
de uma infância perdida.

A voz da minha avó
obediência ecoada
para os brancos que possuem tudo.

A voz da minha mãe
silenciosamente ecoou a revolta
no fundo da cozinha de outras pessoas
sob os pacotes
roupas brancas sujas
pelo caminho empoeirado
em direção à favela.

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Minha voz ainda
ecoa versos desconcertantes
com rimas de sangue Isso é fome.

A voz da minha filha
coleta todas as nossas vozes
colete em você mesmo
as vozes silenciosas e silenciosas
engasgados em suas gargantas.

A voz da minha filha
colete em você mesmo
discurso e ação.
Ontem – hoje – agora.
Na voz da minha filha
a ressonância será ouvida
O eco da liberdade de vida.

(Conceição Evaristo, em Poems de lembrança e outros movimentos, 2017).



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