Duda Beat a VEJA: ‘Quero levar o nome de Pernambuco para o mundo’

Duda Beat a VEJA: ‘Quero levar o nome de Pernambuco para o mundo’



Dois meses depois de lançar seu terceiro álbum de estúdio Tara e TalPernambucano Duda Beataos 36 anos, sai do Brasil para agitar o público em shows individuais e festivais lotados com sua sonoridade camaleônica, repleta de música eletrônica e marcada por toques característicos de ritmos nacionais —e, no caminho, passa pelo festival João Rocha na noite de sábado, 8 de junho. Expoente da cena alternativa brasileira, o cantor comenta o OLHAR a importância de eventos desse tipo para a economia da indústria fonográfica, os conselhos recebidos pelos veteranos da MPB, a dedicação aos ritmos do seu estado de origem e os desafios do mercado atual:

Duda, no sábado você se apresenta pela primeira vez no João Rock, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Qual é a sua relação com o circuito de festivais em comparação com a agenda de suas turnês solo? Comecei como artista de festivais. Lembro que em 2019, antes da pandemia, ir a todos os festivais que podia era muito importante para ampliar meu público. Um dos papéis fundamentais desse formato é, de fato, apresentar o artista a um público que não pagaria por um espetáculo em seu solo. Além disso, acho maravilhosas as reuniões que acontecem nos bastidores. Todos os músicos têm vidas muito ocupadas, por isso o festival é a nossa oportunidade de nos conhecermos. O João Rock, por sua vez, já era um evento que eu queria muito participar. Só não fui na edição de 2023 foi por causa do convite da Mita, que aconteceu no mesmo dia e me deu a chance de conhecer a Lana Del Rey. Agora estarei lá com muito amor e carinho. Vai ser um festival muito lindo.

Quanto a esta congregação de artistas, qual o encontro com um colega musical que teve mais impacto em você? Olha, já tive muitas conversas, mas nenhuma supera a conversa sobre composição que tive com o Caetano Veloso. Ele é um dos artistas mais generosos que conheço e muito aberto a coisas novas. Uma vez ele veio até mim para falar sobre minha escrita musical Bixinho, para elogiar como a letra era única e apenas avançava, sem voltar muito aos mesmos versos. Eu ouvi um opinião semelhante ao Djavan em outra ocasião, o que também me motivou bastante. Acabei absorvendo esse elogio de uma forma muito positiva. Ganhei muita confiança para continuar fazendo o que faço do meu jeito. Outra frase que jamais esquecerei veio de um fã, que me chamou de “representante do futuro”. Acho que isso também se deve ao fato de eu misturar ritmos que não são combinações óbvias.

Parte dessa mistura vem de suas raízes pernambucanas. Como é levar esse som para o resto do Brasil? Para mim é muito fácil porque já estou habituado. Cresci ouvindo música pernambucana. Maracatu, frevo e baião me moldaram musicalmente. Quando me sento com os meninos Lux & Tróia, meus parceiros de composição e produção, as referências do meu estado natal estão sempre muito presentes, e depois misturamos pop do mundo com ritmos brasileiros e ideias de ambos, que são cariocas . Acho que é por isso que o resultado final é tão único. Quero levar o nome de Pernambuco para o mundo. É um lugar muito rico culturalmente.

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Hoje você acha que a gravadora Sudeste está mais receptiva a artistas de fora? Principalmente com a internet, acredito que cada vez mais pessoas têm suas próprias vozes e seus próprios canais de comunicação para dizer o que querem e colocar música no mundo. A globalização não para, então não há como deixar nenhuma parte do país de fora, e o Brasil tem muito a oferecer de norte a sul. Essa abertura ocorre independentemente das gravadoras do Sudeste e, então, elas acabam recebendo muito bem.

Em sua carreira, você tem que equilibrar sua vocação autoral com demandas comerciais e trabalhos publicitários. Hoje você sente que existe um bom equilíbrio entre essas esferas? A primeira coisa que me veio à cabeça foi um dia quando tentei fazer algo hipercomercial e, no final, não deu certo. Quando tentamos ser algo que não somos, as pessoas percebem. Cada vez mais quero trabalhar com a minha verdade e com o que acredito, fazendo músicas que sei que vou querer cantar daqui a 20 anos com muita emoção e prazer. Essa questão me afeta mais como celebridade do que como artista, divisão que gosto de fazer. Aí sim, me bate a pressão do mercado para estar sempre na onda do que está sendo falado ou da polêmica do momento, mas não presto muita atenção porque sou muito sincero com as coisas. Minha vida é transparente, então se surgir alguma polêmica chamativa, isso acontecerá de forma natural e não planejada — mas sei que é dentro de mim que está o fator com o qual as pessoas se identificam, e não em fórmulas.

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Como é sua relação com as críticas? É necessário analisar cuidadosamente o contexto de onde vem a crítica. Se for construtivo, trago o assunto à tona e debato comigo mesmo e com meus colegas, mas não deixo que comentários externos determinem a maneira como faço as coisas. Se a opinião de outra pessoa supera a sua, o artista entra em um lugar perigoso. É muito delicado, mas cada um é livre para dizer o que quiser e cabe ao target absorver e filtrar os comentários. Uma crítica que recebi com o álbum Eu te amo lá fora, por exemplo, é que cada música apontava para um gênero diferente — mas isso é um elemento intencional da minha arte. Ninguém ouve só uma coisa, então continuei nesse caminho e, com o novo álbum, Tara e Tal, não ouvi mais reclamações nesse sentido porque entenderam que é a minha marca. O cantor tem que se ater ao que acredita e permanecer aberto a outros pontos de vista. Agora, se a nota não tiver valor, basta agradecer e seguir em frente. No final das contas tem muito a ver com maturidade, então entendo quem se machuca.

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