Crime, culinária e risos: a receita saborosa de ‘E…

Crime, culinária e risos: a receita saborosa de ‘E…


O povo da série americana O Urso é preciso comer muito arroz e feijão para chegar aos pés de Raimundo Nonato, o “herói” de personagem duvidoso do cinema nacional Estômagode 2008. Nesta quinta-feira, 22, quase vinte anos depois, a sequência Estômago 2 traz de volta aos cinemas o personagem interpretado pelo ator baiano João Miguel, com uma dose extra de humor ácido e cenas gastronômicas – desta vez, mais apetitosas que no longa anterior.

No primeiro filme, a trama se divide entre mostrar a história de Nonato, um nordestino que chega a São Paulo sem ter onde cair morto, e seu presente na penitenciária, onde conquista espaço entre os presos graças ao seu dom no cozinha. O motivo que o levou à prisão é o mistério que move o roteiro dirigido e coescrito pelo cineasta curitibano Marcos Jorge. Ambientada dezesseis anos depois, a sequência mostra Nonato como o principal chef do presídio – pelo menos no topo da cadeia alimentar de lá: o cozinheiro prepara refeições para os carcereiros, policiais e o diretor do presídio, além do líder da facção Etcetera. (Paulo Miklos). Mais do que comida, Nonato, chamado de Alecrim pelos colegas, também serve à fofoca, numa constante transferência de informações entre os dois lados, sempre para se beneficiar do que sabe. O equilíbrio se desfaz com a chegada do mafioso italiano Dom Caraglio (Nicola Siri) e seus comparsas. Filho do dono de um restaurante brasileiro na Itália, o bandido se apaixona por Alecrim e por seus dotes culinários, tornando o cozinheiro objeto de disputa na prisão. Novamente dividido em duas tramas, o filme acompanha a trajetória inusitada do mafioso, fazendo valer a pena a coprodução entre Brasil e Itália.

O diretor Marcos Jorge e o ator italiano Vincent Riotta no set de ‘Estômago 2’ – (//Divulgação)

A VEJA, o diretor falou sobre o filme, sua relação com a culinária e por que decidiu fazer Estômago 2 uma comédia mais leve que a produção que a precede.

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Por que voltar a este universo agora? Comecei a escrever o segundo filme cerca de oito anos depois do primeiro. Estômago Foi um projeto que me deu muita alegria. Por onde eu ia as pessoas conversavam comigo, sorridentes, felizes, e isso me intrigava, porque é um filme um tanto peculiar, né? EUIsso sempre me surpreendeu. Quando planejei o filme pensei: “Nossa, as pessoas vão sair do cinema chocadas, né? Olha o que o cara fez. Nunca pensei que a reação seria tão entusiasmada com Nonato. Claro que isso se deve ao carisma do personagem e à sua trajetória. Então quis voltar e tentar fazer algo assim de novo, que trouxesse um sorriso ao público ao final de uma aventura culinária.

Como é a sua relação com a Itália? Morei lá por doze anos. Primeiro, aos 17 anos, quando aprendi a cozinhar com a família que me acolheu. Depois, estudei cinema e comecei a trabalhar com audiovisual. Mas eu nunca tinha escrito ficção na Itália. Foi um sonho filmar em Roma. Então repetimos aqui a coprodução com os italianos, que já existia no primeiro filme, mas desta vez de forma mais intensa.

Então os filmes são fruto da sua paixão pela culinária e pelo cinema? De certa forma. A ideia geral do filme é aliar culinária e energia. Sou apaixonado por filmes de gangster. O primeiro foi um filme sobre comida e prisão. Agora, temos criminosos brasileiros em oposição aos criminosos italianos. Outra parte importante da saga é a busca pela identidade, seja ela qual for.

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Você é do tipo que cozinha ou gosta mais de comer do que de cozinhar? Eu gosto de cozinhar. Eu não sou um glutão. Gosto de comer coisas diferentes, tenho muita curiosidade por comida, mas adoro cozinhar. Eu nunca peço comida. Ou vou ao restaurante comer ou faço em casa. Cozinhar pode ser cruel, mas também é uma arte, um conforto, que desperta a nossa memória emocional.

Você prefere comida brasileira ou italiana? O italiano é mais fácil de fazer, então no dia a dia é isso que eu faço. Mas sou apaixonado pela culinária amazônica, por isso coloquei o tucupi no cardápio do filme.

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A mistura de línguas do roteiro vai além do português e do italiano, incluindo o dialeto siciliano e as gírias dos presos paulistas. Como foi essa preparação linguística? Durante a pesquisa para o roteiro, exploramos a forma como as pessoas falam e se comportam. Descobrimos, por exemplo, que os mafiosos italianos de hoje recorrem à representação de filmes antigos para relembrar tradições, pois esses hábitos foram-se perdendo ao longo do tempo. Então, curiosamente, o comportamento é uma coisa construída. A linguagem, principalmente a dos presos brasileiros, foi parte importante da Lusa Silvestre, que também escreveu o roteiro. Ele tem um ouvido muito musical para o ritmo que as pessoas falam, para a linguagem das ruas. E o coloquialismo não pode ser generalizado, cada pessoa tem seu jeito de falar. Então os atores trouxeram um pouco de suas experiências também. Laysa Machado, por exemplo, trouxe termos de Patuá. Tudo isso faz o roteiro crescer — parte essencial de um bom filme.



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