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A Editorial Sul
| 10 de janeiro de 2025
Depois que a Meta demitiu cerca de 21 mil pessoas e reduziu suas prioridades, as ações quase triplicaram em 2023.
Foto: Reprodução
Depois que a Meta demitiu cerca de 21 mil pessoas e reduziu suas prioridades, as ações quase triplicaram em 2023. (Foto: Reprodução)
Alvo de uma ação judicial por violação de direitos autorais, a Meta utilizou material pirata no treinamento de seu modelo de inteligência artificial (IA), o Llama. Os advogados de acusação alegam que o próprio CEO Mark Zuckerberg deu luz verde à equipe por trás do uso indevido de conteúdo, segundo o site TechCrunch. A empresa diz estar protegida pela “doutrina de uso justo”, que permite a utilização deste material com a premissa de criar algo novo.
Nessa disputa conhecida como Kandrey vs Meta, estão envolvidos nomes como a comediante e roteirista do Programa Sarah Silverman, Sarah Silverman e o escritor de Entre o Mundo e Eu (2015), Ta-Nehisi Coates. Documentos apresentados ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito da Carolina do Norte revelam que Zuckerberg autorizou o uso de um conjunto de material literário e acadêmico da LibGen para treinar os modelos Llama.
O problema é que a LibGen, por sua vez, não detém os direitos sobre nenhuma das obras disponíveis. Em defesa, a plataforma se autodenomina um “agregador de links”. Ou seja: ele não hospeda o conteúdo, mas fornece links que direcionam os usuários para locais onde os arquivos podem ser baixados.
Entre o conteúdo pirateado, estão obras das editoras de livros didáticos Cengage Learning, Macmillan Learning, McGraw Hill e Pearson Education.
A LibGen também recorre frequentemente aos tribunais – já foram impostas multas que totalizam dezenas de milhões de dólares e o seu encerramento já foi ordenado pelos tribunais dos EUA. Tudo por causa de violações de direitos autorais. E aqui vai um detalhe: o processo revela que o Meta utilizou o Torrent (protocolo de compartilhamento de arquivos sem servidor central) para acessar a biblioteca digital, o que constitui uma segunda violação de direitos.
Segundo a acusação, funcionários da gigante alertaram que o LibGen era “um conjunto de dados que sabemos serem pirateados”, no entanto Mark Zuckerberg deixou explícita a sua intenção de utilizar os dados em treinos de IA.
O processo também menciona um documento que circulou entre diretores da área de IA da Meta, no qual há ordem explícita para uso de conteúdo ilícito. Além disso, a empresa teria tentado encobrir a infração removendo dados de atribuição à LibGen.
A estratégia para apagar rastros de conteúdo seria um script criado por um dos engenheiros da Meta, Nikolay Bashlykov, onde palavras como “copyright” dos arquivos acessados fossem apagadas. Segundo a acusação, isso indica que a empresa não só utilizou os dados para treinar modelos de linguagem, mas também pretendia ocultar a violação.
O processo tornou-se público porque o juiz Thomas Hixson rejeitou um pedido de sigilo feito pela gigante, que, segundo o juiz, não tinha como objetivo proteger informações sensíveis, mas sim evitar publicidade negativa.
No último ano, empresas de desenvolvimento de IA tornaram-se alvo de ações judiciais pelo uso não autorizado de obras protegidas para treinar grandes modelos. E na maioria das vezes, réus como Meta baseiam as suas defesas na mesma “doutrina de uso justo”.
Casos como esse já aconteceram antes, por exemplo, quando o jornal americano The New York Times abriu um processo contra a OpenAI, dona do ChatGPT, e a Microsoft por violação de direitos autorais em 2023.
A ação pedia julgamento com júri e só foi ajuizada após meses de negociações malsucedidas entre representantes dos setores de tecnologia e comunicações. Os criadores da série Game of Thrones também processaram a empresa de Sam Altman. Em 2023, George RR Martin e John Grisham afirmam que seus direitos autorais foram violados para retirar o modelo de IA da empresa.
Da mesma forma, ação também movida por Sarah Silverman, além de carta aberta assinada pelos autores Margaret Atwood e Philip Pullman, em julho daquele ano. Na época, eles pediram às empresas de IA uma compensação financeira pelo uso de seus materiais.
(Estadão Conteúdo)
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Zuckerberg permitiu que Meta violasse direitos autorais para treinar inteligência artificial, alega processo
10/01/2025
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