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A Editorial Sul
| 6 de novembro de 2024
A partir de agora, haverá um prazo de até 150 dias para o pagamento da indenização.
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
A partir de agora, haverá um prazo de até 150 dias para o pagamento da indenização. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
O Supremo Tribunal Federal (STF) validou por unanimidade, nesta quarta-feira (6), o acordo alcançado entre o governo federal, os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e mineradoras para reparar os danos causados pela tragédia de Mariana, em Minas Gerais. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, aprovou o acordo. Em seguida, levou sua decisão ao plenário da Corte, onde o acordo foi validado pelos demais ministros.
A partir de agora, haverá um prazo de até 150 dias para o pagamento da indenização. O Tribunal Regional Federal da 6ª Região acompanhará a implementação do acordo. Na sua decisão, Barroso menciona que o valor acordado é significativo e faz deste um dos maiores acordos ambientais da história, possivelmente o maior.
“Houve ampla participação do Ministério Público e da Defensoria Pública, e a atuação dessas instituições, bem como a realização de audiências públicas nas localidades atingidas para ouvir ativamente a população, demonstram os esforços para proteger os interesses da população. vítimas e comunidades afetadas”, escreveu ele. .
Em sessão no STF, Barroso explicou aos demais ministros os detalhes de seu entendimento e disse que estima-se que milhares de ações judiciais sobre o mesmo tema serão extintas, caso os participantes dos processos passem a aderir à solução consensual .
“Com este acordo, espera-se que grande parte das demandas legais propostas em decorrência do desastre sejam imediata ou progressivamente extintas”, afirmou.
O acordo, assinado nove anos após um dos maiores desastres ambientais do Brasil, prevê medidas estimadas em R$ 170 bilhões divididas em três frentes:
– R$ 38 bilhões, que segundo o governo já foram pagos pelas mineradoras;
– R$ 100 bilhões, que serão repassados aos governos de Minas Gerais, do Espírito Santo e da União;
– R$ 32 bilhões para ações de compensação e reembolso.
Segundo dados do governo, 300 mil pessoas podem solicitar indenização. Pelo acordo, serão pagos:
– R$ 35 mil para quem não foi contemplado na remuneração anterior;
– R$ 95 mil no caso de pescadores e agricultores afetados.
O novo acordo deverá garantir também a recuperação ambiental das áreas atingidas pelo desastre.
Entender
A tragédia ocorreu em 2015. A barragem de Fundão, da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP, rompeu, liberando mais de 44 milhões de m³ de rejeitos de minério de ferro. O desastre matou 19 pessoas e espalhou a destruição na bacia do Rio Doce, em Minas Gerais, com danos até a foz do rio, no Espírito Santo, e o Oceano Atlântico. Quarenta e nove municípios foram afetados.
Um ano depois, foi feito o primeiro acordo para indenizar as vítimas e foi criada a Fundação Renova para cuidar das ações de reparação dos danos. Nove anos depois, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), a Fundação Renova só conseguiu indenizar 112 mil pessoas.
Este acordo foi considerado insuficiente para garantir os direitos das pessoas afectadas a uma compensação justa e satisfatória. O número de 112 mil pessoas, porém, está, segundo os assessores da BHP, incluído apenas em uma modalidade de remuneração.
Segundo a empresa, o total de pessoas atendidas por todas as modalidades de remuneração e auxílio financeiro é de aproximadamente 432 mil.
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Supremo aprova acordo de reparação pela tragédia de Mariana
06/11/2024
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