Sidônio Palmeira assume Comunicação do governo federal no lugar de Paulo Pimenta

Sidônio Palmeira assume Comunicação do governo federal no lugar de Paulo Pimenta


Sidônio (à esquerda na foto) substituirá Pimenta a partir desta quarta-feira

Foto: Lucas Leffa/Secom-PR

Pimenta (à direita na foto) seguirá no cargo até esta quarta-feira. (Foto: Lucas Leffa/Secom-PR)

Sidônio Palmeira, que liderou a campanha publicitária de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, será o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), no lugar de Paulo Pimenta. Pimenta seguirá no cargo até esta quarta-feira (8), quando haverá cerimônia promovida pelo Palácio do Planalto, seguida de abraço simbólico à democracia, na Praça dos Três Poderes, para marcar dois anos dos atos extremistas de 8 de janeiro. 2023.

Em entrevista ao Planalto, Pimenta confirmou que deixará a Secom. Segundo ele, o governo entrará em uma nova fase de gestão a partir deste ano e o presidente Lula quer um perfil diferente do seu para chefiar a secretaria.

“O presidente quer ter à frente da Secom uma pessoa que tenha um perfil diferente do meu, um profissional de comunicação, uma pessoa que tenha experiência, que tenha talento, criatividade, capacidade para realizar essa tarefa e seja capaz coordenar essa política de comunicação governamental no próximo período”, disse Pimenta.

Para Sidônio, é preciso que o governo evolua na parte digital da comunicação. Na definição do futuro dirigente da Secom, sua gestão é uma espécie de “segunda metade”, no sentido de que não é preciso começar tudo do zero.

“Há também uma observação na parte digital, há quem diga até que é analógica. Acho que precisamos evoluir nisso”, disse o publicitário. “Estamos começando um segundo tempo, não o primeiro.”

O marqueteiro também mencionou que vem do setor privado e que nunca trabalhou em governo. “É uma experiência nova, interessante, é um grande desafio. Vou me responsabilizar, a comunicação é um negócio muito interessante para um governo”, notou, destacando que fará o possível para manter a transparência.

Lula decidiu mudar a gestão da Secom porque acredita que seu governo tem um grande número de obras e bons programas sociais, mas que problemas de comunicação impedem que isso se traduza em popularidade junto ao eleitorado. O cenário é preocupante porque o presidente precisa ter alta popularidade nas eleições de 2026 para ser reeleito ou promover a candidatura de um sucessor.

Segundo Sidônio, é preciso equilibrar “expectativas, gestão e percepção popular”. Afirmou que prestará informações à imprensa para facilitar a divulgação dos programas do Executivo. Ele disse ainda que a comunicação não é uma questão apenas da Secom, mas do governo como um todo.

O que se discute agora no governo é para onde Pimenta será transferido e como ficará o comando da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), à medida que o petista tenta manter sua influência ali. O atual secretário-executivo da Secom, Ricardo Zamora, foi um dos primeiros a saber que seria trocado. Fabrício Carbonel, secretário de Propaganda e Patrocínios, também será destituído. Os dois são muito próximos de Pimenta.

Pimenta teve uma reunião com Lula pela manhã. O presidente está procurando um lugar para realocar seu aliado de longa data. São citadas as possibilidades de Pimenta ocupar outro ministério no Palácio do Planalto – mais especificamente, a Secretaria-Geral, atualmente comandada por Márcio Macêdo – ou se tornar líder do governo na Câmara no lugar de José Guimarães.

A renúncia de Pimenta já era dada como certa na política desde o início de dezembro, quando Lula disse em discurso, durante seminário do PT e da Fundação Perseu Abramo, que havia problemas na comunicação do governo. O presidente também afirmou, na ocasião, que faria as “correções necessárias”.

Lula acredita que seu governo está fazendo um grande número de entregas e que tem bons programas sociais funcionando, mas que a equipe de comunicação não está conseguindo divulgar isso para o eleitorado. O resultado, por esse raciocínio, seria conviver com índices de aprovação mais baixos.

O tema se torna prioridade em ano pré-eleitoral. Além disso, Lula ficou frustrado com o fracasso da licitação governamental de comunicações digitais, processo liderado por Pimenta. O presidente avalia que Sidônio, com vasta experiência em marketing político, possui as qualificações necessárias para melhorar a imagem da gestão. (Estadão Conteúdo)