Senadora diz que quer ver atriz “encenar estupro de filha de parlamentar”

Senadora diz que quer ver atriz “encenar estupro de filha de parlamentar”


No início da sessão do Senado promovida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta segunda-feira, Gennari sofreu assistolia fetal.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

No início da sessão do Senado promovida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta segunda-feira, Gennari sofreu assistolia fetal. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) desafiou a atriz Nyedja Gennari, que interpretou um feto abortado em performance no plenário do Senado, na última segunda-feira (17), a encenar o momento em que a filha de um parlamentar é vítima de estupro. A crítica do senador foi feita em discurso no plenário da Casa Legislativa. O tema está em destaque por conta de um projeto que ainda tramita na Câmara dos Deputados e busca equiparar o aborto em 22 semanas ao crime de homicídio simples e que teve urgência aprovada na semana passada.

“Queria até o telefone e contato daquela senhora que esteve aqui ontem encenando o que vimos. Você sabe por quê? Porque eu quero ver ela representando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada. Quero que ela faça o ato de estupro agora. Por que não?” disse o senador.

No início da sessão do Senado promovida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta segunda-feira, Gennari foi submetido a assistolia fetal, procedimento utilizado por médicos para interromper uma gravidez. A atuação da atriz repercutiu negativamente nas redes sociais.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) alertou que não tolerará mais a utilização do plenário da Câmara para esse tipo de evento. O presidente da Câmara também deixou claro que também não gostou do fato de o debate ter ignorado especialistas contrários ao projeto.

Segundo Pacheco, os eventos futuros devem levar em conta todas as correntes de pensamento, além de critérios técnicos e científicos, a própria legislação vigente e, sobretudo, as senadoras.

Após repercussão, Lira adiou votação do projeto para o segundo semestre
Nesta terça-feira (18), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou a formação de uma “comissão representativa” para debater o projeto. O alagoano não especificou como o grupo será formado e informou que seu funcionamento será decidido em agosto.

“O colégio de dirigentes decidiu debater esse tema de forma ampla no segundo semestre, com a formação de uma comissão representativa”, declarou Lira. “Todas as forças políticas e sociais participarão neste debate, sem pressa e sem qualquer tipo de pressa”, acrescentou.