Senador Renan Calheiros sugere que CPI da Covid foi lesada por “Abin paralela” e promete ir à Justiça

Senador Renan Calheiros sugere que CPI da Covid foi lesada por “Abin paralela” e promete ir à Justiça


Para o alagoano, o colegiado pode ter sido prejudicado pela “grampolândia”.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Para o alagoano, o colegiado pode ter sido prejudicado pela “grampolândia”. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) prometeu levar à justiça o caso de monitoramento ilegal de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), inclusive em tribunais internacionais. Segundo o parlamentar, que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a gestão do governo Bolsonaro durante a pandemia de Covid, a atuação do colegiado pode ter sido prejudicada por uma “escuta telefônica” orquestrada por órgãos do governo Bolsonaro.

Em postagem no -Procurador-Geral Augusto Aras.

“Irei à Justiça, inclusive nos tribunais internacionais, como assistente de acusação no escândalo da Abin. As escutas telefônicas na cúpula da CPI mostram que a investigação pode ter sido prejudicada pela atuação marginal de órgãos do Estado. Novos fatos para a PGR reabrir peças arquivadas pela [Augusto] Aras (ex-procurador-geral da República)”, afirmou o senador.

Além de Calheiros, a Polícia Federal investiga se a “Abin paralela” monitorou outros quatro deputados federais, três senadores, um ex-governador, dois funcionários do Ibama, três auditores da Receita Federal e quatro jornalistas.

Na quinta-feira (11), a PF deflagrou a quarta fase da Operação Last Mile, que investiga monitoramentos irregulares. Entre as provas colhidas pelos investigadores está a gravação de um encontro entre o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou a Abin durante o governo Bolsonaro, e o ex-presidente. Na gravação, eles discutem um plano para cancelar a investigação das “rachadinhas”, que tinha como alvo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A CPI da Covid, noticiada por Calheiros, sugeriu o indiciamento de 66 pessoas em outubro de 2021. A lista inclui Bolsonaro e seus três filhos políticos (Carlos, Eduardo e Flávio) e foi enviada à PGR e ao STF.

Em novembro de 2022, às vésperas do fim do mandato de Bolsonaro como presidente, Augusto Aras pediu o arquivamento das investigações relacionadas ao relatório da CPI. Em fevereiro de 2023, a ministra Rosa Weber, então presidente do STF, contrariou o parecer e determinou o prosseguimento da investigação. O caso ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).