Senador gaúcho Paulo Paim passa mal antes de ir ao Congresso e é internado em Brasília

Senador gaúcho Paulo Paim passa mal antes de ir ao Congresso e é internado em Brasília


Petista está em observação e recebendo medicação via soro. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Paulo Paim (PT-RS) foi internado nesta terça-feira (4), após passar mal em sua casa em Brasília (DF). O parlamentar apresentava sintomas de estresse e desidratação e passou por exames médicos no Hospital Sírio-Libanês, na capital federal.

Segundo a assessoria de Paim, o senador passou o fim de semana no Rio Grande do Sul cumprindo agendas relacionadas à tragédia climática que atinge o estado e começou a sentir sintomas de cansaço desde que voltou a Brasília, na última segunda-feira (3).

Na manhã de terça-feira, ele passou mal enquanto se preparava para ir ao Senado.

Segundo a equipe do senador, ele está estável, mas não há expectativa de alta hospitalar. O petista está em observação e recebendo medicação via soro.

Emoção

Recentemente, o senador chorou ao comentar a situação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Até a noite de terça-feira, as tempestades mataram 172 pessoas e afetaram mais de 2,3 milhões de habitantes, em 476 dos 497 municípios gaúchos.

O parlamentar se emocionou durante entrevista coletiva ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), para discutir medidas de socorro ao Estado.

“Tenho 74 (anos), nunca vi situação semelhante a esta. As pessoas estão pedindo água. ‘Queremos água para beber.’ Eles querem um colchão para não dormirem no chão. Um dos casos que vimos são 600 pessoas dividindo 60 colchões para ficarem no chão. Estão pedindo, na medida do possível, um cobertor”, disse na ocasião.

“De qualquer forma, é algo que nunca vimos, certo? Nunca pensamos ou imaginamos que teríamos uma situação como essa. Por isso precisamos do Brasil, precisamos do Congresso, precisamos do apoio e da solidariedade de todos. É isso, a situação é desesperadora, falta tudo”, continuou emocionado.

Perfil

Paulo Paim nasceu na cidade de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, um dos dez filhos do casal Ignácio Alves Paim e Itália Ventura da Silva Paim.

De família sem recursos, começou a trabalhar aos 8 anos. Aos 12 conquistou uma vaga no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), onde fazia cursos técnicos diurnos, ao mesmo tempo que frequentou o ginásio do Ginásio Alberto Pasqualini, onde foi presidente do grêmio estudantil.

Após se formar metalúrgico pelo Senai, trabalhou na Metalúrgica Abramo Eberle e na Forjasul. Em 1981 tornou-se presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas. Entre 1983 e 1986 ascendeu aos cargos de secretário-geral e vice-presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em 1985 filiou-se ao PT e no ano seguinte elegeu-se deputado federal pelo Rio Grande do Sul, tornando-se deputado constituinte. Foi vice-líder do partido entre 1989 e 1991.

Foi reeleito deputado sucessivamente em 1990, 1994 e 1998. Entre 1993 e 1994 presidiu a Comissão de Administração do Trabalho e da Função Pública da Câmara dos Deputados. Também provocou polêmica em 2001, quando, ao protestar contra um projeto que alterava a CLT, rasgou um exemplar da Constituição Federal.

Nas eleições de 2002 concorreu ao cargo de senador, sendo eleito após uma disputa muito acirrada pelo segundo lugar contra sua companheira de chapa Emília Fernandes.

Nas eleições gaúchas de 2010, concorreu à reeleição para o Senado, obtendo o maior número de votos com 33,83% dos votos válidos.

Foi autor do projeto de lei, apresentado em 1997, quando ainda era deputado federal, que criou o Estatuto do Idoso, e também do projeto que rebatizou a lei, em 2022, para Estatuto do Idoso.

É coautor do projeto original da lei brasileira de inclusão de 2015, que criou o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que entrou em vigor em março de 2016.

Em 2018, foi reeleito para o cargo com 1.875.245 votos. Com isso, Paim foi o único senador das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste a ser reeleito.