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A Editorial Sul
| 23 de junho de 2024
A proposta ainda precisa ser analisada pela Comissão de Educação. A ideia é que as escolas “recuperem contribuições, experiências e conquistas femininas”
Foto: Divulgação
A proposta ainda precisa ser analisada pela Comissão de Educação. A ideia é que as escolas “recuperem as contribuições, experiências e conquistas femininas”. (Foto: Divulgação)
A CDH (Comissão de Direitos Humanos) do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (19), proposta que torna obrigatórios conteúdos feministas nos currículos do ensino fundamental e médio no Brasil.
O projeto, de autoria da deputada Tábata Amaral (PSB-SP), altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O texto ainda precisa ser apreciado pela Comissão de Educação antes de ir ao plenário do Senado.
A discussão ocorre em meio a um momento de insatisfação de setores da sociedade, e do movimento feminista em particular, com uma proposta que ganhou corpo na Câmara nos últimos dias: um projeto que equipara o aborto após a 22ª semana ao homicídio. Após a má repercussão na sociedade, a análise do texto foi interrompida.
O projeto sobre feminismo define quais conteúdos feministas devem ser aplicados em temas como história, ciência, artes e cultura no Brasil e no mundo. A ideia é trazer o ponto de vista feminino para a sala de aula como forma de “recuperar contribuições, experiências e conquistas femininas nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política”, afirma o texto.
A relatora da CDH, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), destacou a importância da proposta como forma de valorização da mulher na sociedade.
“Devido aos estereótipos existentes, existe uma maior associação de brilhantismo e genialidade com os homens do que com as mulheres. A existência destes estereótipos influencia a tomada de decisão das raparigas a partir dos seis anos, desencorajando-as de se interessarem por determinados assuntos, o que, como consequência, contribui para que diversas áreas e carreiras de grande reconhecimento tenham uma baixa representatividade. das mulheres”, disse Thronicke.
O senador também levantou o debate sobre a dificuldade de encontrar personagens femininas nos livros de história. “As mulheres representam menos de 10% dos personagens dos livros de história usados nas escolas públicas. Dos 859 personagens mencionados na coleção História, Sociedade & Cidadania, apenas 70 são mulheres, que aparecem muito mais que os homens nos rodapés e caixas laterais, fora do eixo central da narrativa”, acrescentou.
O projeto cria também a campanha nacional “Semana de Valorização das Mulheres que Fizeram História”, que será celebrada todos os anos na segunda semana de março em todas as escolas do ensino básico.
“A Semana de Valorização das Mulheres que Fizeram História não é uma data comemorativa, mas uma verdadeira campanha que visa implementar ações que visem implementar o princípio constitucional da igualdade entre meninas e meninos, entre mulheres e homens”, concluiu o relator.
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Senado debate projeto que exige conteúdos feministas nas escolas brasileiras
23/06/2024
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