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A Editorial Sul
| 21 de dezembro de 2024
O piso salarial continuará sendo reajustado acima da inflação, mas com limite. (Foto: Getty Images)
O Senado aprovou o projeto de lei que limita o aumento real do salário mínimo (PL 4.614/2024). Faz parte do pacote de corte de gastos do governo federal. Pelas novas regras, o reajuste do salário mínimo acima da inflação deverá ter no máximo 2,5% de crescimento das despesas primárias. O projeto recebeu 42 votos a favor e 31 contra e segue para aprovação presidencial.
No Senado, o projeto foi relatado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE). Ele ressaltou que o texto também estabelece o crescimento real do salário mínimo em pelo menos 0,6%, independentemente do desempenho econômico do país.
“Mesmo que tenhamos um crescimento nulo ou negativo do PIB, o crescimento salarial estará garantido. O texto protege os benefícios sociais para que não sejam desvinculados do salário mínimo. Todos os benefícios previdenciários e previdenciários que forem concedidos estarão vinculados ao salário mínimo, com garantia de aumento real anualmente”, observou.
Rogério rejeitou todas as 14 emendas apresentadas pelos senadores durante a votação, mantendo o texto que veio da Câmara dos Deputados, que considerou “bastante equilibrado”. Além disso, Rogério lembrou que a aprovação das alterações acarretaria na necessidade de devolução do projeto à Câmara, o que atrasaria a entrada em vigor das novas regras.
Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) criticou a proposta. Segundo ele, é necessária uma “visão sistêmica” de seus impactos na Previdência e nos benefícios assistenciais — como BPC, Bolsa Família e previdência —, que são calculados de acordo com o salário mínimo e representam as maiores despesas orçamentárias. da União e são despesas obrigatórias.
Marinho argumentou que a solução passa pelo corte de gastos em diversas áreas, principalmente nos salários dos governantes, que foi tema da PEC 54/2024, aprovada nesta quinta-feira (19) no Senado.
“O exemplo precisa vir de cima. Não adianta impor o peso dos ajustes necessários à nossa economia à parte mais frágil se não fizermos o mesmo para todos, principalmente para aqueles que podem contribuir mais. Há um erro na avaliação do cenário. Ou temos uma visão sistêmica e atacamos o todo, ou iremos, como sociedade, trilhar um caminho muito ruim”, disse.
O projeto faz parte do pacote de propostas do governo federal para reduzir despesas obrigatórias — com pessoal, pensões e benefícios sociais — a fim de preservar margem para gastos com programas, financiamentos e investimentos governamentais. Apresentado pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), o projeto foi aprovado na forma de substitutivo apresentado pelo deputado Isnaldo Bulhões Jr.
Salário mínimo
Um dos pontos do texto é a regra para o reajuste do salário mínimo, que entre 2025 e 2030 deverá seguir o Novo Marco Fiscal de 2023. Além do crescimento mínimo garantido de 0,6%, o reajuste poderá ser maior se o a receita primária cresce mais, mas sempre limitada ao teto de 2,5% em relação ao ano anterior. Serão afetados todos os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no valor de um salário mínimo.
O texto prevê que até 2030 o aumento real do salário mínimo estará atrelado às taxas efetivas de crescimento anual das despesas primárias. Portanto, o aumento do salário mínimo continua proporcionando um aumento acima da inflação com base no Produto Interno Bruto (PIB), mas ficará limitado ao crescimento das despesas no âmbito fiscal, que crescem no máximo 2,5% ao ano .
Atualmente, a correção real acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) equivale à taxa de crescimento real do PIB do segundo ano anterior à entrada em vigor do novo salário. Como o PIB de 2023 que seria utilizado na conta de 2025 foi revisado para 3,2%, a mudança nas regras deverá gerar uma economia de R$ 5,2 bilhões segundo projeções feitas pela equipe econômica do governo federal.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025 (PLN 3/2024), aprovada pelo Congresso Nacional nesta quarta-feira (18), prevê salário mínimo de R$ 1.502 e déficit de até R$ 31 bilhões nas contas públicas no próximo ano. Atualmente em R$ 1.412, o salário mínimo deverá atingir R$ 1.518 em 2025. Sobre o valor atual foi aplicada a reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 3,35%, acrescida de crescimento real de 2,9%, referente ao variação do PIB em 2023.
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Senado aprova cálculo de novo salário mínimo; valor deve chegar a R$ 1.502
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