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A Editorial Sul
| 2 de dezembro de 2024
Em prints de mensagens, militares citam o general Valério Stumpf como o “tomador e portador” do “ovo”, como Moraes é chamado pelos bolsonaristas nas redes sociais. (Foto: Saulo Cruz/MME)
Militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado denunciada pela Polícia Federal (PF) afirmaram em troca de mensagens obtidas pela corporação que o general Valério Stumpf Trindade, ex-comandante militar do Sul, era informante do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. (STF).
Nos prints incluídos no relatório final da investigação, militares citam Stumpf como o “tomador e portador” do “ovo”, como Moraes é chamado pelos bolsonaristas nas redes sociais. Segundo a PF, após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, e a derrota do então presidente Jair Bolsonaro (PL), “as trocas de mensagens entre os investigados tornaram-se mais extremadas, destacando a tentativa de golpe, inclusive mais agressiva caminho para os membros do alto comando do Exército”.
No dia 15 de novembro de 2022, o Coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, acusado de fazer parte do grupo que incitou outros militares a aderirem ao golpe, enviou a Fabrício Bastos cinco fotografias com nomes de generais da ativa do Exército, que se posicionavam contra o golpe de estado.
Entre os generais identificados por Corrêa Netto estão os então comandantes do Nordeste, Sul e Sudeste: Richard Nunes, Valério Stumpf e Tomás Ribeiro Paiva. Segundo a PF, os generais foram alvo “de diversos ataques orquestrados pela organização criminosa pelo fato de se posicionarem contra a ruptura institucional”.
“A partir desse momento, o modus operandi da milícia digital é utilizado pela organização criminosa para pressionar, atacar e expor os generais contrários ao golpe de Estado”, diz a PF.
As mensagens em que os investigados indicam a presença de “um informante” entre os militares teriam sido trocadas entre o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, alvo da Operação Tempus Veritatis, e o ex-ajudante de campo da Presidência, tenente -Coronel Mauro Cid.
A análise do celular de Cavaliere identificou que, em 2023, Mauro Cid “tinha consciência de que algo ainda estava para acontecer, o que no seu entendimento seria bom para o Brasil”, segundo a PF. No dia 4 de janeiro daquele ano, Cavaliere perguntou se “ainda há algo para acontecer?”, possivelmente referindo-se a uma ruptura institucional.
Mauro Cid enviou duas respostas, que foram deletadas. Diante do conteúdo das mensagens apagadas, Cavaliere pergunta: “Uma coisa boa ou uma coisa horrível?” e então diz: “Bom”. Cid, respondendo à pergunta do tenente-coronel, diz: “Depende de quem. É bom para o Brasil.” O diálogo, segundo a PF, acontece quatro dias antes de 8 de janeiro de 2023, “quando há nova tentativa de consumação do golpe de Estado e da abolição violenta do Estado de Direito”.
Cavaliere encaminha quatro prints de conversa com a interlocutora Riva para Mauro Cid. Nas mensagens, Riva encaminha o que seriam informações de um encontro entre Bolsonaro e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão e outros generais. Riva diz que Mourão negociou com outros generais a saída de Jair Bolsonaro, chamado de “01”.
“Estou ouvindo a história do Mourão e estou maravilhado. Além dos outros GENs. No ENCONTRO com 01 o que fizeram”, escreveu Riva.
“Mourao negociou com outros generais a saída do 01, dizendo que o Peru estava ali mesmo; Rasgaram o documento que 01 assinou; Estive em reunião com o deputado da China a respeito da Huawei aqui no Brasil. Tinha um informante do (emoji de ovo) e ele fica indo e voltando”, acrescentou.
Em resposta, Cavaliere cita o nome do general Valério Stumpf e recebe como resposta um “sim”: “Mais um amigo do FHC. Até negociando cargos governamentais para parentes”, diz Riva.
Na sequência, Riva finaliza dizendo que os militares rasgaram o documento que Bolsonaro havia assinado, segundo a PF, “possivelmente referente ao decreto do golpe de Estado”. E passam a atacar membros do alto comando do Exército.
O General Valério Stumpf nasceu em 26 de fevereiro de 1960, em São Gabriel (RS). Ingressou no Exército em 1975, na Escola Preparatória de Cadetes e foi declarado Aspirante a Oficial de Cavalaria em 1981, sendo classificado no 3º Regimento de Cavalaria Mecanizada, em Bagé (RS).
Durante a sua carreira militar, Stumpf foi Observador Militar da Força de Manutenção da Paz da ONU em Angola e na Jugoslávia. Também atuou como instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras, na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Atuou como oficial do Comandante do Exército e foi assessor militar do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República de 1999 a 2003, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Em 2018, foi nomeado para o cargo de secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional ao final da gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB). Anteriormente, ocupou o cargo de subcomandante de Operações Terrestres, em Brasília.
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Saiba quem é o general acusado de ser informante de Alexandre de Moraes
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