Saiba quem é Gabriel Galípolo, que assume a presidência do Banco Central em 1º de janeiro

Saiba quem é Gabriel Galípolo, que assume a presidência do Banco Central em 1º de janeiro


Galípolo, 42 anos, é o atual diretor de Política Monetária do BC.

Foto: Washington Costa/MF

Galípolo, 42 anos, é o atual diretor de Política Monetária do BC. (Foto: Washington Costa/MF)

O governo federal assinou nesta segunda-feira (30) o instrumento de posse dos novos diretores do Banco Central (BC) e de seu novo presidente, Gabriel Galípolo. Os indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumem os novos cargos após publicação do decreto de nomeação no Diário Oficial da União (DOU), e somente a partir de 1º de janeiro de 2025, conforme previsto em lei.

Galípolo, 42 anos, é o atual diretor de Política Monetária do BC. Sua cadeira será atribuída a Nilton José Schneider David, atual chefe de Operações de Tesouraria do Bradesco.

Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Gabriel Muricca Galípolo será o mais jovem presidente do BC deste século, aos 42 anos. Antes de ser indicado para a diretoria do BC, Galípolo ingressou no Ministério da Fazenda de Fernando Haddad como secretário-executivo, número 2 do departamento. Sua proximidade com o Executivo foi alvo de questionamentos do mercado financeiro.

Do seu currículo consta ainda a fundação, em 2009, da Galípolo Consultoria, da qual foi sócio-gerente até 2022. Entre 2017 e 2021 foi presidente do Banco Fator. Professor do MBA de PPP e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), Galípolo também é membro dos conselhos superiores de Economia e Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); além de ser pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI).

De 2006 a 2012, o futuro presidente do BC atuou como professor de graduação na PUC-SP em disciplinas como Economia Brasileira Contemporânea, Macroeconomia, Economia para Relações Internacionais, Introdução à Ciência Política, História do Pensamento Econômico, Economia Política, entre outras. .

Galípolo é próximo de Luiz Gonzaga Beluzzo, um dos economistas mais sintonizados com o PT. A parceria resultou em três publicações: “Dinheiro: o poder da abstração real”, “A escassez na abundância capitalista” e “Mande quem puder, obedeça quem tem prejuízo”.

A carreira de servidor público já vem há muito tempo. Atuou na área de Transportes Metropolitanos até assumir, em 2007, a chefia do Departamento de Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos.

Em 2008, passou a atuar como diretor da Unidade de Estruturação de Projetos e PPPs da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo. Atuou quando José Serra (PSDB) era governador do Estado. A proximidade com a atual gestão remonta ao período anterior à posse. Durante a transição, interlocutores afirmam que Galípolo participou dos debates da PEC, defendendo um aumento menor nos gastos e uma definição clara de quanto seria destinado a cada área.

Ele se entusiasmou com um modelo que cria uma regra que controla os gastos, mas com espaço para o valor evoluir além da inflação, limitado ao crescimento do PIB para não aumentar o tamanho do Estado na economia.

Galípolo procurou Lula em 2021, após participar de uma transmissão ao vivo com o petista ao lado de outros integrantes do mercado financeiro. Segundo fontes do PT, na época, Lula ficou satisfeito ao ouvir de Galípolo que nem todo o mercado estava contra seu retorno ao Planalto e alinhado ideologicamente com o então presidente, Jair Bolsonaro (PL); mas sim que os profissionais que atuam nesta área queiram fazer negócios, independentemente da linha política do mandatário.

No final de 2021, Lula convidou Galípolo para participar do Natal dos Catadores. Já no palco, anunciou que havia levado um banqueiro para conhecer os colecionadores de São Paulo. Ao longo do atual mandato, Lula reafirmou que Galípolo foi um “menino de ouro” e defendeu sua responsabilidade junto ao BC. Sua indicação para substituir Roberto Campos Neto foi oficializada no dia 28 de agosto, e aprovada pelo Senado no dia 8 de outubro. As informações são do portal de notícias CNN Brasil.