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A Editorial Sul
| 11 de agosto de 2024
No total, 62 pessoas morreram no maior desastre aéreo desde 2007. (Foto: Reprodução)
Com a conclusão da retirada dos corpos das 62 vítimas do desastre aéreo em Vinhedo (SP), a retirada dos motores e da cauda do avião para perícia, os próximos passos das equipes no local incluem o envio dos destroços ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que prevê relatório preliminar sobre as causas do acidente em até 30 dias.
Laís Marcatti, tenente do Corpo de Bombeiros, explicou que o trabalho da corporação foi encerrado após a retirada dos motores e cauda para uma área mais acessível, onde a empresa Voepass irá recolhê-los para envio à perícia.
Às 9h deste domingo (11), o Corpo de Bombeiros informou que as equipes concluíram a mobilização às 22h45 de sábado (10) e que os destroços permaneciam no local sob responsabilidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos ( Cenipa).
Os bombeiros recolheram os equipamentos no sábado, logo após os caminhões Voepass retirarem os motores do ATR-72-500. Após essa etapa, a área do acidente permanece fechada até que seja retirado todo o material da fuselagem encontrado na propriedade da casa.
O acidente
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde o suporte que lhe permite voar —, segundo especialistas. A aeronave decolou às 11h56 e o voo continuou tranquilamente até as 13h20. O avião subiu até atingir os 5 mil metros de altitude, às 12h23, e continuou nessa altura até às 13h21, altura em que começou a perder altitude, segundo a plataforma Flightradar. Naquele momento, a aeronave fez uma curva acentuada.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), até às 13h21 a aeronave não atendeu aos chamados do Controle de Aproximação de São Paulo, nem declarou emergência ou relatou estar sob condições climáticas adversas. Às 13h22 – um minuto após o horário do último registro – a altitude era de 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4.000 metros. A velocidade desta queda foi de 440 km/h. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o ‘Salvaero’ foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.
A aeronave caiu descontrolada e girou no ar, mostram vídeos gravados desde o momento do acidente, em aparente estol. A análise das caixas negras, que incluem o gravador de voz e o gravador de dados, é fundamental para ajudar a esclarecer o que aconteceu no voo 2283. As equipas que trabalham na tragédia encontraram “um desenho da aeronave no solo”. Segundo o Corpo de Bombeiros, o avião Voepass “caiu de bruços” no solo, apresentando a área da cabine mais preservada e com grande destruição por conta do incêndio do meio para a cauda.
Segundo capitão Maycon Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, as características dos destroços motivaram a realização de trabalhos de retirada das vítimas, começando pela cabine e terminando na cauda. Um fator que ajudou no trabalho de retirada dos corpos foi o terreno onde o avião caiu. O quintal da residência possui um amplo gramado, que favorece a movimentação de peças pesadas, permitindo o acesso aos corpos.
“O avião caiu no quintal desta residência, é um gramado grande. Podemos retirar os pedaços mais pesados, as coisas que estão obstruindo o alcance da vítima, podemos retirá-los do chão, há espaço para isso. Retire-o do local onde caiu e mova-o. Criamos uma área de armazenamento. O terreno plano e gramado, de certa forma, facilitou nosso trabalho”, completou o capitão.
O trabalho nos escombros envolveu equipes que já atuaram em tragédias como as enchentes no Rio Grande do Sul, o terremoto na Turquia e o temporal em São Sebastião (SP). Segundo o coronel Cássio Araújo de Freitas, comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, “a presença de homens e mulheres que já atuaram em outras tragédias garante a organização deste difícil trabalho”.
Investigação
A Polícia Civil informou neste sábado que o inquérito será aberto na delegacia de Vinhedo para apurar todos os fatos relativos ao acidente.
Delegado titular da 1ª Seção de Campinas, José Antônio Carlos de Souza destacou o trabalho de compartilhamento de informações entre todas as instituições envolvidas para minimizar o sofrimento dos familiares.
O superintendente da Polícia Federal, Rodrigo Sanfurgo, destacou que a PF utilizou seus melhores equipamentos e profissionais, e que só sairá de Vinhedo “quando a obra estiver concluída”.
“É difícil falar em prazo, mas podemos dizer que estamos trabalhando incansavelmente para concluir esse trabalho e confortar todas as famílias. Estamos dando todo o nosso esforço”, disse Sanfurgo.
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Saiba quais serão os próximos passos das equipes que atuam no local do desastre aéreo
11/08/2024
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