O governo federal vai comprar imóveis para atender moradores desabrigados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de abril. O anúncio do pacote de ações sobre habitação foi feito pelo ministro da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa, nesta quarta-feira (29/5), em entrevista coletiva em Porto Alegre.
Inicialmente, o governo pretende disponibilizar quase 2 mil casas para famílias gaúchas que estão sem moradia, estimou o ministro. Costa não fixou prazo para entrega destas residências.
Uma das ações é a chamada compra assistida de imóveis usados. Rui Costa explicou que os lares poderão ser indicados pela população nos próximos dias. As unidades serão avaliadas por técnicos da Caixa Econômica Federal para posterior aquisição e destinação imediata aos moradores de rua.
Outra modalidade será a compra de casas e apartamentos novos ou ainda em construção nos municípios atingidos, com valor limitado ao teto da Faixa 1 (famílias com renda mensal bruta de até R$ 2.640) e Faixa 2 (família renda de R$ 2.640,01 por R$ 4.400/mês) do programa federal Minha Casa, Minha Vida.
Segundo o ministro, empresas, construtoras e imobiliárias que queiram vender imóveis novos ou que ficarão prontos em até 60 dias poderão cadastrar as unidades no site que a Caixa divulgará em breve. “O governo comprará todos os imóveis desse perfil que as empresas oferecerem nessas cidades, dentro do limite solicitado de casas perdidas”. O governo também vai compatibilizar o valor do imóvel com a renda familiar para, por exemplo, permitir o pagamento mensal da taxa de condomínio, sem comprometer recursos.
Na próxima semana, o Ministério das Cidades publicará uma portaria que permitirá que proprietários de imóveis privados vendam também para o governo federal, dentro da faixa de valor estipulada. “O cidadão comum que tem uma casa alugada que decidiu vender ou quem está vendendo uma casa ou um apartamento entrará no site da Caixa e vai oferecer. Teremos um teto de valor máximo que a portaria definirá e a Caixa avaliará cada imóvel. Feita esta avaliação, o governo paga este imóvel e a família muda-se imediatamente para esta residência”, disse Rui Costa.
Além das novas unidades, os imóveis que estão em leilão em cidades gaúchas em bancos como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e instituições privadas, em faixa de valor a ser divulgada, também serão destinados às famílias atingidas pela as chuvas. “Pedimos aos bancos que retirassem do leilão imóveis desocupados desse perfil, porque o governo [federal] está comprando todos, de bancos privados, Caixa e Banco do Brasil para oferecer às famílias”.
No caso dos imóveis que foram destinados a leilão e que necessitam de reparos, o ministro informou que as famílias gaúchas realocadas para essas unidades receberão recursos da Caixa para realizar a reforma. “A ideia é que a gente dê um recurso para essa família. A Caixa vai estimar o valor para a família consertar e isso pode mudar imediatamente”, previu.
“Vamos procurar este combo de soluções para acelerar esta questão que, entre todas, é a mais sensível, porque quem tem a casa debaixo de água ou destruída está em desespero, porque olha para a sua família a viver favoravelmente na casa de alguém ou em um abrigo”, disse Rui Costa.
Outras soluções
O governo federal estuda outras possibilidades para aumentar a oferta de imóveis para moradores de rua no Rio Grande do Sul. O ministro Rui Costa anunciou que o Ministério das Cidades financiará a construção de moradias por prefeituras do Rio Grande do Sul que queiram trabalhar em regime de mutirão, no curto prazo. “Investiremos nesta solução para esses municípios que possuem uma série de unidades menores, onde os prefeitos estão disponíveis para realizar a autoconstrução, mobilizando os próprios moradores com assistência técnica ou contratando empresa”.
A Caixa também tem procurado construtoras que utilizem metodologias rápidas para construir casas, como imóveis pré-fabricados e modulares. “Estamos a analisar tecnicamente todas as opções e a pedir às empresas que façam as suas ofertas”, afirmou Rui Costa, acrescentando que ainda precisa de saber das câmaras municipais qual será a real necessidade do número de imóveis depois de as cheias baixarem.
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