O réu em uma ação trabalhista se escondeu embaixo de uma mesa durante audiência virtual na 18ª Vara do Trabalho de Curitiba, na tentativa de enganar o juiz do caso. O caso ocorreu nesta quinta-feira (24/10).
O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9), Thiago Migra, suspeitou que o réu Ricardo e o advogado Robinson de Almeida Albuquerque Maranhão estavam no mesmo ambiente. O juiz pediu ao advogado que mostrasse o quarto onde estava, mas ele não mostrou todo o espaço.
Em seguida, o juiz pediu a Robinson de Almeida que mostrasse novamente o ambiente, desta vez em 360 graus. No momento em que o advogado gravava a sala, é possível ver pela câmera de Ricardo que o réu entra por baixo da mesa.
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“Por que o Ricardo entrou embaixo da mesa, doutor? Nossa, você está brincando com o juiz aqui. Só pode ser brincadeira. Doutor, vou oficiar na OAB, é brincadeira e falta de respeito”, afirmou o juiz, que suspendeu a audiência.
O arguido não poderia estar no mesmo ambiente que o advogado para não ouvir, através do computador do defensor, o depoimento da outra parte envolvida no processo.
Para o Correspondênciao TRT-9 informou que o magistrado deverá denunciar formalmente a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) “para que esta apure a conduta do advogado, que tentou enganar o magistrado e, consequentemente, a Justiça do Trabalho do Paraná”.
“Ao suspeitar que o agente estaria na mesma sala que o advogado, o magistrado solicitou que a câmera fosse virada para verificação, quando ficou claro que o agente estava na mesma sala enquanto se escondia embaixo de uma mesa, tendo assim a possibilidade de ter ouvido o depoimento do autor, o que contraria as disposições legais, diante desse fato, o juiz suspendeu a audiência e agendará o depoimento das testemunhas da ação para data futura, presencialmente”, informou o órgão.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Paraná disse, em nota, que não concorda com a atitude do advogado. “A OAB Paraná não compactua com qualquer tipo de falta de ética e abuso de direito no exercício profissional e investigará o caso de forma exemplar, a fim de resguardar o bom nome da advocacia, punindo qualquer tipo de desvio da ética, do decoro e da legalidade , dentro dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório”, acrescentou.
O Correspondência contatou o advogado Robinson de Albuquerque Maranhão, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para futuras manifestações.
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