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A Editorial Sul
| 16 de dezembro de 2024
A comercialização de cigarros eletrônicos preocupa especialistas devido ao aumento da dependência química.
Foto: Reprodução
A comercialização de cigarros eletrônicos preocupa especialistas devido ao aumento da dependência química.
A Receita Federal intensificou a fiscalização sobre a venda de cigarros eletrônicos, proibidos no Brasil desde 2009 por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A venda clandestina desses produtos, expostos abertamente nas vitrines de shoppings e centros comerciais populares, passa a estar sujeita a severas penalidades, como a suspensão e até mesmo cancelamento do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) dos estabelecimentos reincidentes.
A nova medida começou a ser aplicada em outubro e já resultou na suspensão de 22 CNPJs em operações realizadas em São Paulo.
A Receita Federal também está ampliando os esforços para combater o comércio ilegal em 2025, incluindo ações contra pequenos comerciantes sem registro comercial, apreensão de mercadorias e possível abertura de processos criminais.
Neste ano, o volume de apreensões de cigarros eletrônicos atingiu recorde: R$ 240 milhões, quase quatro vezes o valor registrado em 2023 (R$ 63 milhões).
Segundo Raphael Eugênio de Souza, coordenador-geral de Combate ao Contrabando e ao Desvio de Desvios da Receita Federal, a punição para as empresas busca coibir a reincidência.
“A suspensão do CNPJ impede o funcionamento normal da empresa. Ele não tem condições de movimentar contas bancárias, emitir faturas ou pagar fornecedores”, explica.
Além do impacto económico, a Receita Federal alerta para a relação entre o mercado ilegal de cigarros eletrónicos e o financiamento do crime organizado. Os pequenos estabelecimentos, ao adquirirem mercadorias de contrabandistas, alimentam redes criminosas que diversificam suas atividades ilícitas para aumentar os lucros.
Riscos para a saúde
A venda de cigarros eletrônicos preocupa especialistas devido ao aumento da dependência química e da exposição a substâncias cancerígenas. Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, destaca que os dispositivos podem causar danos irreversíveis aos pulmões, incluindo lesões alveolares e aumento da incidência de câncer.
“O pulmão não se regenera. Estas consequências podem ser graves e permanentes”, alerta.
Combate às vendas online
Outro desafio enfrentado pelo governo é a venda de cigarros eletrônicos pela internet, em plataformas e aplicativos digitais. Estão em andamento estudos para intensificar ações contra esse mercado, com o objetivo de fechar o cerco às redes clandestinas de distribuição.
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Receita Federal intensifica fiscalização e suspende CNPJ de lojas que vendem cigarros eletrônicos
16/12/2024
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