Quem se assustou que tome um chá de camomila” diz Maduro após Lula comentar fala sobre “banho de sangue

Quem se assustou que tome um chá de camomila” diz Maduro após Lula comentar fala sobre “banho de sangue


Sobre o “banho de sangue”, Maduro disse que não mentiu, apenas fez uma reflexão.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Sobre o “banho de sangue”, Maduro disse que não mentiu, apenas fez uma reflexão. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A declaração desta terça-feira (23) ocorre um dia depois de o presidente Lula (PT) manifestar preocupação com a fala de Maduro.

“Fiquei assustado com a declaração de Maduro dizendo que se perder as eleições haverá um banho de sangue. Quem perde as eleições recebe uma chuva de votos e não de sangue”, disse Lula.

“Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vá embora e prepare-se para disputar mais uma eleição”, continuou o presidente brasileiro.

Esta terça-feira, Maduro respondeu. Sem citar Lula, o presidente venezuelano disse que prevê para “quem estava assustado” a sua maior vitória eleitoral da história.

Sobre o “banho de sangue”, Maduro disse que não mentiu, apenas fez uma reflexão.

“Guerra civil”

Na semana passada, Maduro, que procura um terceiro mandato consecutivo como presidente, disse que poderia haver um “banho de sangue” e uma “guerra civil” na Venezuela se ele não vencer as eleições.

Ao falar sobre o banho de sangue, Maduro explicou que fazia referência ao levante popular de 1989, conhecido como “Caracaço”. Na época, dezenas de pessoas morreram. O acontecimento provocou uma mudança política na Venezuela nos anos seguintes, além do aumento da popularidade de Hugo Chávez.

“Eu disse que se, negada e transmutada, a direita extremista (…) chegasse ao poder político na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue”, disse Maduro.

Eleições

A Venezuela realiza eleições sob a suspeita da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não garante o voto livre e democrático. A eleição está marcada para domingo (28).

O principal concorrente do atual presidente, escolhido entre uma coalizão de partidos adversários, é o ex-diplomata Edmundo González.

González foi anunciado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) depois que Corina Yoris foi impedida de concorrer às eleições presidenciais. Em março, o PUD declarou que não tinha sido permitido o “acesso ao sistema de inscrição” do candidato.

O governo brasileiro manifestou apoio a Yoris afirmando que não havia motivos para bloquear a candidatura. O regime de Maduro reagiu dizendo que a nota brasileira parecia ter sido “ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

Anteriormente, a opositora María Corina Machado, uma das favoritas para destituir Maduro, havia sido afastada da corrida eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista.

Em Outubro de 2023, o governo Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, segundo o qual haveria eleições democráticas na Venezuela.