Quem indicou Dias Toffoli no Supremo? Veja

Quem indicou Dias Toffoli no Supremo? Veja


Antes mesmo de ser oficializado no cargo, Toffoli foi criticado por ter sido advogado do PT

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Antes mesmo de ser oficializado no cargo, Toffoli foi criticado por ter sido advogado petista. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

Em sessão plenária, em outubro deste ano, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) prestou homenagem ao Ministro Dias Toffoli, que, há 15 anos, tomou posse como Ministro do Tribunal, indicado pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar vaga resultante do falecimento do Ministro Menezes Direito.

Antes mesmo de se oficializar no cargo, Toffoli foi criticado por ter sido advogado petista, pela ligação com o ex-deputado José Dirceu e por ter defendido o presidente Lula em três campanhas eleitorais no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – 1998, 2002 e 2006 .

Apontam ainda o facto de ter sido reprovado em dois exames para a magistratura (em 1994 e 1995). Antes de chegar ao STF, aos 42 anos, Toffoli ocupou o cargo de procurador-geral da União e atuou em diversos casos de interesse do governo federal perante o Supremo Tribunal Federal.

Em 15 anos de carreira, foi o 47º presidente do Supremo Tribunal Federal na era republicana e o mais jovem da história a ocupar o cargo, aos 50 anos, no biênio 2018/2020. Sua gestão foi marcada pela valorização das sessões virtuais do Plenário e das Turmas, como forma de manter o funcionamento do Tribunal durante a pandemia de covid-19.

Nas palavras do reitor do STF, ministro Gilmar Mendes, nesta circunstância adversa, Toffoli promoveu uma “verdadeira revolução paradigmática” para ampliar os meios de julgamentos não presenciais, com sessões via videoconferência. O ministro também presidiu o TSE no biênio 2014/2016 e atualmente foi reconduzido ao cargo de ministro substituto da Justiça Eleitoral.

Casos emblemáticos

Em junho de 2011, Toffoli relatou um dos casos emblemáticos de sua carreira no STF: o RE 363889, em que o Plenário concedeu a um jovem brasiliense o direito de pedir novamente um exame de DNA ao seu suposto pai, após um primeiro processo de investigação de paternidade foi encerrado na Justiça do Distrito Federal. O caso havia sido arquivado por falta de provas, pois a mãe não tinha condições de pagar o exame. No STF prevaleceu o direito do jovem de saber sua origem genética.

Outro caso de grande repercussão foi quando o Tribunal descartou o chamado “direito ao esquecimento” como justificativa para impedir a divulgação de fatos verdadeiros, obtidos licitamente, na mídia. Os processos da chamada Operação Spoofing, referente à invasão de dispositivos eletrônicos de autoridades ligadas à Operação Lava-Jato e seu impacto nos acordos firmados entre réus e essas autoridades, também estão sob a relatoria de Toffoli.

Em homenagem aos 15 anos do Ministro Dias Toffoli no STF, foi lançado o livro “Constituição, Democracia e Diálogo – 15 Anos de Competência Constitucional do Ministro Dias Toffoli”, que reúne artigos de juristas, políticos e personalidades. O trabalho é coordenado pelo reitor do STF, ministro Gilmar Mendes, e por Daiane Nogueira de Lira e Alexandre Freire, ex-assessores da Corte.