Queda de avião em SP: corpos de todas as vítimas são identificados

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Todos os 62 corpos de vítimas da queda do voo Voepass 2283 foram identificados. Destes, 41 já foram liberados para seus familiares, que são os primeiros a serem informados sobre o andamento do trabalho de reconhecimento.

O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (15/8), em entrevista coletiva na superintendência da Polícia Técnico-Científica, na zona oeste da capital paulista.

O avião comercial com 62 pessoas a bordo caiu em uma área residencial de Vinhedo, interior de São Paulo, no início da tarde da última sexta-feira (8/9). Ninguém sobreviveu.

A unidade central do IML (Instituto Médico Legal) trabalhou exclusivamente na identificação dos corpos das vítimas do acidente.

Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação dos corpos das vítimas da queda do avião, com apoio de equipes do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt).

Gravação da caixa preta do Voepass mostra gritos

A caixa preta do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo (SP) registrou gritos e também o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva falando em dar potência à aeronave.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que afirma ter conversado com investigadores que tiveram acesso às gravações da caixa preta. No total, são cerca de duas horas de transcrições de conversas dentro do avião, feitas pelo laboratório de leitura e análise de dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos), responsável pelas investigações.

Segundo o Jornal Nacional, os investigadores relataram que a aeronave perdeu altitude repentinamente e avaliaram que a análise de áudio da cabine não conseguiu determinar a causa do acidente.

Pela transcrição, o copiloto percebeu que o avião estava perdendo altitude e perguntou o que estava acontecendo. Depois, ele disse que era preciso “dar potência”, uma forma de fazer com que a aeronave evitasse cair.

Ainda segundo a reportagem, teria se passado um minuto desde o momento em que foi percebida a perda de altitude até o avião atingir o solo. A gravação mostrou gritos e um grande estrondo naquele momento. Segundo o Cenipa, durante o acidente a tripulação tentou encontrar formas de reagir, o que não foi possível.

A investigação ainda está em andamento e o relatório deve ser divulgado em até 30 dias. Segundo os investigadores, foi difícil decifrar os áudios por causa do ruído na cabine, causado pelas hélices do avião, que ficam localizadas na parte superior da fuselagem.