Quais são as joias vendidas por auxiliares de Bolsonaro, segundo a Polícia Federal

Quais são as joias vendidas por auxiliares de Bolsonaro, segundo a Polícia Federal


Uma investigação indica que o ex-presidente e outros sob investigação venderam quatro conjuntos de joias, entre kits, relógios e esculturas. (Foto: EBC)

A investigação da Polícia Federal (PF) sobre o inquérito sobre joias indica que Jair Bolsonaro (PL) se apropriou ilegalmente e se beneficiou com a venda de quatro conjuntos de joias. A conclusão está na investigação sobre as joias dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita ao governo brasileiro durante o governo Bolsonaro.

Os itens foram vendidos nos Estados Unidos por assessores do ex-presidente e o valor do desvio, segundo a corporação, é estimado em R$ 6,8 milhões (US$ 1.227.725,12). A PF indiciou o ex-presidente e outras 11 pessoas na última quinta-feira (4) na investigação das joias.

Os documentos listam quatro conjuntos de joias, entre kits, relógios e esculturas:

* Kit de joias, chamado “Rosê”, devido à cor das peças – que incluía um relógio Rolex;

* Um kit de joias, denominado “Ouro Branco”, devido ao material com que foi confeccionado – incluía também um relógio Rolex;

* Um relógio, modelo Patek Philippe Geneve;

* Duas esculturas, um coqueiro e um barco.

Na última quinta-feira (4), a Polícia Federal indiciou o ex-presidente e outras 11 pessoas na investigação das joias:

* Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;

* Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, ex-Ministro de Minas e Energia;

* Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro;

* Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;

* José Roberto Bueno Junior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;

* Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;

* Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de campo de Bolsonaro;

* Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do setor de brindes durante o governo Bolsonaro;

* Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia;

* Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro;

* Mauro Cesar Lourena Cid, General do Exército e pai de Mauro Cid;

* Osmar Crivelatti, ex-ajudante de campo de Bolsonaro;

Os réus são acusados ​​de crimes diversos. Bolsonaro, por exemplo, foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. Ele sempre negou qualquer irregularidade. O relatório final com as conclusões e detalhes sobre os possíveis indiciamentos foi enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.

Caberá também ao Ministério Público, caso seja feita denúncia, propor ao Supremo Tribunal Federal como serão aplicadas as penas — seja pela soma de cada uma das penas ou pela aplicação da pena mais grave, aumentado em uma fração.

Investigado

O advogado do ex-presidente Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, afirmou que ainda não teve acesso ao relatório da PF e aguarda o documento antes de se manifestar. Bolsonaro, porém, já se manifestou em outras ocasiões e nega qualquer irregularidade.

O ex-chefe da Secretaria de Comunicação, Fabio Wajngarten, alega falta de provas e diz que foi indiciado por defender um cliente. Segundo ele, a acusação é “arbitrária, injusta e persecutória”.

“A iniciativa da Polícia Federal de solicitar meu indiciamento no caso dos presentes recebidos pelo ex-presidente é arbitrária, injusta e persecutória. É uma violência indescritível e um atentado ao meu direito ao trabalho”, escreveu ele em uma rede social.

O advogado Frederick Wassef enviou nota à imprensa, na qual afirma que enfrenta a acusação apenas por exercer a advocacia em defesa do ex-presidente, e relata que “Bolsonaro nem Coronel Cid lhe pediram para comprar o Rolex”.

“Entreguei espontaneamente todos os documentos que comprovam isso à Polícia Federal. Nem eu nem os demais advogados do ex-presidente tivemos acesso ao relatório final, o que choca a todos, o vazamento para a imprensa de peças processuais que estão sob sigilo judicial. Estou passando por tudo isso só porque exerço a advocacia em defesa de Jair Bolsonaro”, diz a nota.

O advogado do tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-ajudante de campo está “cumprindo normalmente o acordo que fizeram com as autoridades. A acusação é apenas mais uma fase da investigação. Nada a declarar”.