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A Editorial Sul
| 4 de dezembro de 2024
O procurador-geral da União contestou pontos da divulgação das emendas que acabaram irritando os parlamentares. Na foto, ministro Luís Roberto Barroso
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
(Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira (04) que a decisão de liberar emendas parlamentares com regras mais rígidas é “correta” e que ainda é possível alterar algum ponto da determinação.
“Foi protocolada petição de ontem para hoje da AGU [Advocacia-Geral da União]. Se houver algum ponto a ser reconsiderado, nós o consideraremos. Acho que a decisão está correta”, afirmou.
“O papel do STF é interpretar a Constituição e, em última instância, limitar o papel político. A reclamação é gratuita e compreensível. O papel do STF é dizer que não pode enviar o dinheiro para onde quiser, mesmo que a maioria queira”, acrescentou o ministro.
A fala foi feita no evento “Brasil em 10 anos”, em Brasília. Na terça-feira (03), o Supremo confirmou por unanimidade a decisão do ministro Flávio Dino de liberar a execução das emendas. Os pagamentos estavam suspensos desde agosto, por decisão do Tribunal.
Apesar da liberação, Dino impôs regras mais rígidas para a ampliação das emendas parlamentares nos próximos anos e para a identificação dos parlamentares responsáveis pela indicação das transferências.
Os pontos foram além do estabelecido na lei aprovada no Congresso, para dar mais transparência e rastreabilidade aos recursos. O texto foi sancionado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Diante da decisão do STF, a AGU apresentou, na noite desta terça-feira, ao STF, pedido de reconsideração parcial da determinação.
A exigência de “plano de trabalho”, com aprovação do Poder Executivo (ministério setorial), para pagamento de aditivos pix; a identificação do nome dos parlamentares solicitantes ou autores das alterações da comissão; a regra estabelecida para corrigir o valor das emendas parlamentares (de todas as modalidades) a partir de 2025.
STF e política
Durante seu discurso no evento, Barroso disse ainda que o Supremo Tribunal Federal se tornou mais “proativo” em questões de direitos fundamentais, e que isso fazia parte de um movimento para avançar o Tribunal nas técnicas de interpretação da Constituição.
“Geralmente as pessoas dizem que o Supremo é um ativista quando o STF toma uma decisão que não lhes agrada, mas o que as pessoas não gostam é da Constituição”, declarou.
O juiz afirmou que a política “elegeu” o STF como inimigo. “A lógica do populismo autoritário cria inimigos”, disse Barroso, afirmando que o populismo atribui características como “elitismo e esquerdismo” ao STF.
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Presidente do STF vê decisão sobre emendas parlamentares como “correta” e não descarta ajustes
04/12/2024
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