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A Editorial Sul
| 10 de outubro de 2024
Lira não tem intenção de discordar dos ministros do STF na última metade do mandato. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou aos aliados que não pretende discutir no plenário da Câmara o pacote “anti-STF” aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta enquanto estiver à frente do Lar. A avaliação desses interlocutores é que Lira não tem intenção de discordar dos ministros do Supremo na última metade do mandato.
Articulada pela oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a CCJ aprovou uma PEC que limita decisões individuais de ministros da Corte e referendou o texto que dá ao Congresso poder para derrubar decisões do Supremo que “ultrapassam os limites constitucionais”. Além disso, avançou com dois projetos que facilitam o andamento dos pedidos de impeachment contra ministros da corte.
Com Lira no final do mandato —permanece até fevereiro—, os defensores das medidas já haviam indicado que colocariam a votação do pacote anti-STF no plenário na negociação pelo apoio à sucessão na Câmara.
Agenda Bolsonaro
A bancada do PL tem 93 parlamentares e é a maior da Câmara. A presidente da CCJ, Caroline De Toni (PL-SC), afirmou que, além do pacote anti-STF, também pretende avançar este ano com outra proposta cara aos apoiadores de Bolsonaro: a que prevê anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Apesar de Lira ter afirmado aos aliados sua intenção de frear o andamento dessas iniciativas, foi o presidente da Câmara quem enviou as PECs que limitam o poder dos ministros do Supremo à CCJ. As duas propostas estavam suspensas desde o ano passado. Em agosto, após o ministro Flávio Dino, do STF, suspender a execução dos recursos via emendas parlamentares, o deputado enviou os textos à comissão presidida por Carol De Toni, aliada de Jair Bolsonaro. A medida foi interpretada nos bastidores pela Corte e pelo Congresso como retaliação.
Cobrar
Agora, deputados de partidos de oposição cobram “coerência” do presidente da Câmara, que orientou o projeto que limita as decisões monocráticas. Dirigentes partidários afirmam que seria uma “questão de coerência” levar pelo menos um dos projetos ao plenário e que este, além de atender às reivindicações de quem critica decisões individuais, tem “a marca da Lira”.
O avanço das agendas “anti-STF” ganhou força na Câmara após o bom resultado eleitoral da direita nas eleições municipais e deu impulso às agendas defendidas pelos aliados de Bolsonaro. A base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi contra a aprovação dos textos na CCJ.
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Presidente da Câmara dos Deputados diz a aliados que deve barrar pacote anti-Supremo na Câmara
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