Presidente da Apae matou secretária da entidade e incinerou o corpo, diz PC

Cláudia Regina da Rocha Lobo, secretária-executiva da Apae de Bauru (SP), foi assassinada pelo então presidente da entidade, Roberto Franceschetti Filho, no dia 6, segundo informou a Polícia Civil nesta segunda-feira (26/8), com base em dados de pesquisa .

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Imagens de uma câmera de segurança em Novo Jardim Pagani deram um “direcionamento decisivo à investigação”, diz polícia. O vídeo mostra Cláudia saindo do banco do motorista e indo para o banco de trás, onde foi encontrada a maior quantidade de sangue no carro, enquanto Roberto assume o volante.

O presidente da Apae teria baleado sua secretária logo após eles trocarem de lugar no carro. Outras câmeras de segurança mostram Roberto seguindo pela Rodovia Cezário José de Castilho para se desfazer do corpo, segundo a investigação.

Roberto indicou onde descartou o corpo, segundo a Polícia Civil de São Paulo. Em conversa preliminar com a polícia, após ser preso temporariamente no dia 15, o suspeito teria indicado que jogou o corpo da vítima em local onde a Apae incinera papéis e outros materiais. A geolocalização e movimentação de seu celular indicaram que o presidente da entidade passou pelo local.

Porém, em comunicado formal no dia 19, o presidente da entidade negou o crime. Ele disse que só levou Cláudia para entregar algum dinheiro no bairro Mary Dota e depois ela o deixou na Avenida Nuno de Assis.

Outro suspeito liga Roberto ao crime. Um funcionário responsável pelo setor de frotas e compras da Apae de Bauru, que seria “o homem de confiança de Roberto”, afirmou que o presidente o ameaçou para se desfazer do corpo de Cláudia e limpar o carro.

No dia 10, este funcionário regressou com a polícia ao local onde queimou o corpo da vítima. Foi nesse momento que os agentes encontraram fragmentos de ossos humanos, ainda em análise. Também foi encontrado um par de óculos, reconhecido por familiares como pertencente a Cláudia.

O laudo pericial confirmou que a pistola apreendida na casa de Roberto é compatível com a bala encontrada no carro.

A reportagem tenta contato com a defesa de Roberto Franceschetti Filho. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

A Apae de Bauru afirma que está cooperando com a investigação. Em nota divulgada no dia 21, a entidade afirma que os “serviços tão essenciais ao público da Apae não têm relação com os fatos e permanecem garantidos”. A Apae informou ainda que abriu inquérito para apurar supostas irregularidades financeiras, que também foram investigadas pela Polícia Civil.