Posição dos corpos indica que passageiros foram avisados da queda de avião em São Paulo, informa perícia

Posição dos corpos indica que passageiros foram avisados da queda de avião em São Paulo, informa perícia


A Polícia Científica de São Paulo garante que é muito provável que nenhuma das vítimas tenha enfrentado qualquer tipo de sofrimento.

Foto: Força Aérea Brasileira

A Polícia Científica de São Paulo garante que é muito provável que nenhuma das vítimas tenha enfrentado qualquer tipo de sofrimento. (Foto: Força Aérea Brasileira)

O Superintendente da Polícia Técnica Científica do Estado de São Paulo afirmou, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (15), que a posição em que estavam os corpos das vítimas da queda do avião que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP) encontrado demonstra que os passageiros devem ter sido alertados pela cabine sobre um acidente iminente.

Segundo Claudinei Salomão, essa possibilidade – que só deverá ser confirmada pelo relatório preliminar que será divulgado pelo Cenipa – decorre do fato de a maioria dos corpos ter sido encontrada abraçada às pernas, com a cabeça baixa.

A tendência é que a cabine de controle da aeronave, por meio do copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva e do piloto Danilo Santos Romano, alertasse os passageiros sobre a tendência de queda da aeronave.

Além disso, a Polícia Científica do Estado de São Paulo garante que é muito provável que nenhuma das 62 vítimas tenha enfrentado qualquer tipo de sofrimento.

“Uma queda de quatro mil metros em menos de dois minutos faz com que o corpo humano sofra movimentos tão graves que levam ao desmaio. Todos morreram no acidente, devido aos inúmeros traumas sofridos, mas a tendência é que todos já tenham desmaiado”, afirmou o superintendente.

Essa posição é chamada de “brace”, quando o passageiro coloca a cabeça entre os joelhos e abraça as pernas para diminuir os impactos de uma possível “pouso” forçada.

“Essa posição em que foi encontrada a maior parte dos corpos favoreceu muito o trabalho pericial, pois as mãos estavam intactas. Isso possibilitou a identificação papiloscópica, reconhecendo as vítimas através das impressões digitais”, disse Salomão.

A identificação dos passageiros e tripulantes foi concluída nesta quarta-feira (14).