Polícia Federal vai intimar o deputado federal Alexandre Ramagem para depoimento sobre “Abin paralela”

Polícia Federal vai intimar o deputado federal Alexandre Ramagem para depoimento sobre “Abin paralela”


Esta será a primeira vez que o ex-diretor da Abin falará sobre o caso em que é investigado.

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Esta será a primeira vez que o ex-diretor da Abin falará sobre o caso em que é investigado. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

A Polícia Federal (PF) vai intimar o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) para prestar depoimento no âmbito da investigação sobre um suposto esquema de espionagem ilegal contra autoridades enquanto ele era chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Esta será a primeira vez que o ex-diretor da Abin falará sobre o caso em que é investigado.

Na quinta-feira (12), a PF realizou a quarta fase da Operação Last Mile e prendeu cinco pessoas ligadas à Ramagem, como um militar do Exército, um agente da PF cedido à Abin, um ex-assessor da Secretaria de Comunicação da Presidência, um empresário e influenciador digital.

Para a PF, a Abin no governo Ramagem era usada para espionar opositores do governo de Jair Bolsonaro (PL) e era ligada ao chamado “gabinete do ódio” para espalhar desinformação contra alvos monitorados pela “Abin paralela”.

A investigação aponta ainda que auditores da Receita Federal que investigavam uma possível “rachadinha” do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, foram monitorados e que um assessor de Ramagem ordenou que o ministro do Supremo “sentasse”. ”Federal (STF) Luís Roberto Barroso.

Em janeiro, Ramagem anunciou que foi intimado a prestar depoimento no dia 27 de fevereiro na Polícia Federal sobre o caso Abin, mas, na verdade, não fez parte daquela investigação. Ele foi questionado sobre o então ministro da Justiça, Flávio Dino.

Ramagem disse que as perguntas eram sobre suas declarações a respeito de Dino. Segundo o parlamentar, os discursos que motivaram a convocação teriam sido proferidos durante a CPI do dia 8 de janeiro.

Nesta sexta-feira (12), Ramagem utilizou as redes sociais e negou qualquer tipo de irregularidade ou suposta espionagem ilegal na Abin durante sua gestão.

Após as informações sobre a última operação da PF, fica claro que desconsideram os propósitos de uma investigação, apenas para transmitir conclusões e conjecturas superficiais à imprensa.

“A PGR (Procuradoria-Geral da República) não se mostrou favorável às prisões na operação, mas a Justiça desconsiderou a afirmação”, afirmou.