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A Editorial Sul
| 20 de setembro de 2024
Senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Romero Jucá (MDB-RR) e Renan Calheiros (MDB-AL) durante sessão em 14 de março de 2017.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Romero Jucá (MDB-RR) e Renan Calheiros (MDB-AL) durante sessão no dia 14 de março de 2017. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
A Polícia Federal indiciou os senadores Eduardo Braga e Renan Calheiros, além do ex-senador Romero Jucá, – todos do MDB – por supostamente receberem propina milionária do Grupo Hypermarcas em troca de defesa dos interesses da farmacêutica no Congresso Nacional. Seis anos após a abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito da Operação Lava Jato – então em seu auge -, a corporação acusa o trio de supostos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A defesa do ex-senador Romero Jucá nega as acusações. “Não há nos autos nenhuma prova que possa, mesmo ‘in passant’, apontar nexo de causalidade entre a atuação legítima do ex-senador Romero Jucá e a doação de campanha do denunciante”, frisaram os advogados do ex-parlamentar.
A denúncia foi enviada ao gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, em agosto, mas já foi repassada à Procuradoria-Geral da República. Cabe ao órgão decidir se denuncia ou não os parlamentares. A parcela da denúncia que atinge Jucá deve ser processada em primeira instância, já que o ex-senador não tem mais foro em função de sua função.
Braga, Renan e Jucá foram citados no depoimento de Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas. Segundo o denunciante, as propinas teriam sido negociadas por meio do lobista Milton Lyra – apontado como operador do MDB –, que afirmava agir em nome dos senadores e que poderiam tomar iniciativas no interesse da empresa e do setor no Congresso. Lyra também foi indicada.
O assessor do senador Renan Calheiros afirmou que não comentará no momento.
Defesa de Eduardo Braga
Em nota, o advogado Fabiano Silveira, que representa o senador Eduardo Braga (MDB-AM), classificou como “conclusões bizarras” as acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa contra Braga no caso envolvendo o ex-grupo Hypermarcas.
Defesa de Jucá
“A defesa de Romero Jucá repudia e rejeita a recente acusação na investigação fundada única e exclusivamente no acordo de delação premiada do executivo do grupo Hypermarcas. O ex-senador Jucá colaborou efetivamente com a investigação, prestando os esclarecimentos necessários e colocando-se sempre à disposição da autoridade policial. Embora a investigação se baseie apenas nas palavras anómalas e perniciosas do denunciante, a autoridade policial optou por indiciá-lo. Lamentavelmente, este inquérito nada mais é do que uma tentativa de criminalizar a política, uma vez que a natureza da função parlamentar é conectar-se com sectores da sociedade, com empresários e grupos económicos. Além disso, as contribuições legítimas para uma campanha política, dentro das regras eleitorais, com aprovação das contas do partido político pelo tribunal eleitoral, nunca podem ser consideradas como compensação por um alegado acto de corrupção. Não há provas nos autos que possam, mesmo que de passagem, apontar nexo de causalidade entre a atuação legítima do ex-senador Romero Jucá e a doação de campanha do denunciante. A defesa de Romero Jucá confia em sua inocência e repudia as palavras perniciosas do denunciante que, sem qualquer crédito e desprovido de qualquer prova, tenta criminalizar o brilhante legado que o ex-senador deixou na política brasileira.
Antônio Carlos de Almeida Castro, Roberta Castro Queiroz, Marcelo Turbay, Liliane Carvalho, Álvaro Chaves e Ananda Almeida.” (AE)
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Polícia Federal indicia Renan Calheiros, Eduardo Braga e Romero Jucá por receberem propina de farmacêutica
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