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A Editorial Sul
| 30 de outubro de 2024
A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (30) uma operação que investiga a inserção de dados falsos no Sistema de Filiação Partidária (FILIA) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que levou à filiação indevida do presidente Lula ao Partido Liberal (PL). ) em julho de 2023. O petista era filiado ao partido do presidente Jair Bolsonaro há quase seis meses.
A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, que resultou na arrecadação de um celular e um computador. A PF informou que a operação foi deflagrada na cidade de Fátima do Sul, e com base nos aparelhos eletrônicos apreendidos, foi confirmado que a fraude que filiou Lula ao PL, em julho de 2023, foi realizada no município.
Segundo a investigação, nenhum dos moradores da casa onde foi cumprido o mandado de busca e apreensão foi levado à delegacia. A PF informou ainda que essas pessoas deverão ser ouvidas posteriormente, por meio de depoimento virtual, já que a operação foi realizada por equipes de Brasília. Ainda segundo a PF, os investigados podem enfrentar acusações de invasão de dispositivo de computador, falsidade ideológica e identidade falsa.
A Polícia Federal informou que também investiga a atuação de um “funcionário do Partido Liberal” que teria realizado a “etapa de moderação” do cadastro – ou seja, confirmar as informações recebidas no formulário fraudulento. Segundo a PF, o suspeito de fraudar o sistema acessou o formulário digital no site oficial do PL e inseriu diversos dados pessoais de Lula, já durante o atual mandato de presidente.
Segundo a Polícia Federal, durante a investigação foi possível identificar que não houve invasão ao sistema do TSE, mas sim pedido fraudulento de filiação partidária em nome do presidente Lula. O pedido de adesão continha dados falsos, mas ainda assim foi recebido pela Justiça após a etapa de moderação realizada por um funcionário do PL, que também é investigado.
“Constatou-se que a utilização de dados falsos em nome do presidente teve início no início do processo de adesão, quando o cidadão interessado em aderir acessou o formulário digital em aba específica do site oficial do partido político, preenchendo diversas informações pessoais. – incluindo dados pessoais, políticos, selfie, upload de documentos, endereço e dados de contato como telefone e e-mail, bem como confirmação de dados e aceitação dos termos de uso – com a finalidade de iniciar o processo”, informou a PF.
Lula permaneceu inscrito pelo PL por quase seis meses no sistema de adesão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo log do sistema Filia, a inclusão ocorreu no dia 17 de julho de 2023, às 9h43. A mudança ocorreu no nome da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que presta serviços ao PL, mas a suspeita é que a operação tenha sido realizada por outra pessoa. Procurado, o PL divulgou nota da empresa contratada para consolidar essas informações.
Na ocasião, Idatha afirmou que todo fluxo de qualquer afiliação fica registrado no sistema, que mantém informações e documentos auditáveis. A empresa disse que os lançamentos estão disponíveis para investigação das autoridades competentes.
“Em relação a este possível incidente, a empresa pretende verificar e está totalmente à disposição das autoridades para contribuir com o que for necessário”, afirmou.
Na história das filiações emitidas em nome do presidente Lula, está a sua filiação ao quadro petista, iniciada em 4 de maio de 1981, data da fundação do partido, e posteriormente a filiação ao Partido Liberal, em 15 de julho de 2023 (o data de filiação não é necessariamente igual à data de sua inclusão no sistema).
Sistema de associação
A filiação partidária é realizada entre o eleitor e os partidos públicos. O TSE explica que disponibiliza senha apenas para administradores partidários, que podem criar outras senhas para dirigentes estaduais ou municipais.
“Assim, para aderir a um partido, apenas os usuários do próprio partido podem cadastrar sua filiação na FILIA, inclusive o cadastro da senha de acesso é gerenciado pelo próprio partido”, diz o Tribunal.
O sistema só recusa a adesão em caso de eventual erro no cadastro dos dados cadastrais do associado, ou seja, se o número do título de eleitor ou a data de nascimento, por exemplo, estiverem incorretos. Além disso, segundo resolução do TSE, caso coexistam duas filiações partidárias, prevalece a mais recente, enquanto as demais são automaticamente canceladas durante o processamento.
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Polícia Federal realiza operação contra inserção de falsa filiação de Lula ao partido de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral
30/10/2024
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