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A Editorial Sul
| 9 de novembro de 2024
O presidente e o ministro Alexandre de Moraes seriam sequestrados para dar um golpe de Estado. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Arquivos recuperados pela Polícia Federal do celular do tenente-coronel Mauro Cid revelam que extremistas envolvidos nos ataques de 8 de janeiro monitoravam os passos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pretendiam sequestrá-lo. Foram recolhidas informações sobre os seguranças do Chefe do Executivo e que tipos de armas foram utilizadas.
Também foram levantadas informações sobre os seguranças do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF, na época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A intenção seria sequestrar Lula e Moraes para consolidar um golpe de Estado. entre as ações previstas, estava um confronto armado com seguranças do presidente e do magistrado que resistiram a um ataque.
Moraes, relator do caso no Supremo, deu prazo extra de 60 dias para que a PF conclua as investigações que serão enviadas para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR identificou ligações entre a articulação de um plano de golpe de Estado e os ataques de 8 de janeiro. A informação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e liga aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro aos ataques que atingiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal no ano passado, logo após o resultado das eleições e posse do governo eleito. Também estão em andamento investigações sobre a participação do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe.
As informações sobre a ligação entre os fatos investigados foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destaca que “as ações da organização criminosa investigada foram essenciais para a eclosão de atos predatórios”, referindo-se à destruição de prédios públicos na capital federal por milhares de extremistas que chegaram em Brasília.
Bolsonaro afirmou, em depoimento à PF, que não tentou organizar um golpe de Estado, que não pediu a elaboração de um projeto golpista, ou seja, um documento que ordenasse a prisão de ministros do governo. Supremo Tribunal Federal e o estado de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente afirma ainda não ter ligação com documento de mesmo conteúdo encontrado em endereço ligado ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Novos depoimentos
Com ajuda de um software, a PF recuperou arquivos eletrônicos deletados pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que revelam detalhes do dia 8 de janeiro de 2023. As informações resgatadas provocaram a convocação de novas testemunhas , incluindo um garoto general negro — das forças especiais do Exército — e o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, durante o governo Bolsonaro.
Delegado federal e candidato derrotado a prefeito do Rio de Janeiro, o deputado Bolsonaro Alexandre Ramagem (PL-RJ) liderou as arapongas da Abin na indicação de Bolsonaro. Ele foi convocado e prestou depoimento à PF esta semana na investigação do golpe.
No dia seguinte à Ramagem, o general do Exército Nilton Diniz Rodrigues prestou depoimento à PF. Atualmente comanda a Segunda Brigada de Infantaria de Selva, sediada em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Na época dos atos, ele ainda era coronel.
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Polícia Federal descobre que extremistas do 8 de janeiro pretendiam sequestrar Lula
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