Polícia Federal conclui nos próximos dias dois inquéritos que investigam Bolsonaro

Polícia Federal conclui nos próximos dias dois inquéritos que investigam Bolsonaro


Quando era presidente, Bolsonaro recebeu do governo saudita três pacotes de joias avaliados em R$ 16,5 milhões.

Foto: Reprodução

Quando era presidente, Bolsonaro recebeu do governo saudita três pacotes de joias avaliados em R$ 16,5 milhões. (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal (PF) deverá indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos próximos dias em duas investigações: joias sauditas e fraude de cartão de vacina. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. Os investigadores também pretendem encerrar a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado até ao final deste mês.

O indiciamento ocorre quando o órgão policial conclui que há elementos suficientes de crime e encaminha o caso ao Ministério Público, que decidirá se apresenta a denúncia ao Tribunal ou arquiva o processo.

No caso de fraude com cartão de vacinação, a PF já havia indiciado o ex-presidente e 16 pessoas. Apesar da expectativa de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República, o PGR, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal que investigasse mais a fundo as acusações. Os resultados serão apresentados esta semana.

O caso da joalheria saudita investiga se houve peculato – a apropriação irregular de bens do Estado. Quando era presidente, Bolsonaro recebeu do governo saudita três pacotes de joias avaliados em R$ 16,5 milhões. Segundo a PF, o governo do ex-presidente tentou trazer as joias para o Brasil ilegalmente.

As últimas etapas da investigação ocorreram entre 25 de abril e 11 de maio, quando uma equipe da PF viajou aos Estados Unidos para realizar entrevistas e visitar lojas onde as joias eram vendidas ilegalmente.

O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu joias e presentes durante o mandato, e investigações da PF mostram que os itens começaram a ser comercializados nos EUA em junho de 2022.

Entre eles estava um kit de joias composto por um relógio Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico dado a Bolsonaro em viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.

Ao longo das investigações, Bolsonaro negou qualquer crime e envolvimento em práticas ilícitas em ambos os casos.

Além dessas, Bolsonaro é alvo de outras investigações da Polícia Federal. Entre eles, está a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, cujos novos desdobramentos deverão sair em julho.

As expectativas são grandes para os resultados desta investigação, tanto por parte da população em geral como da defesa de Bolsonaro, que temem uma possível prisão apenas em relação a este caso.

O atraso deve-se a novos elementos — vídeos, imagens e depoimentos — que surgiram e levaram a uma ampliação da investigação, com relatório final inicialmente previsto para o final do ano passado.