Polícia Federal amplia a abertura de inquéritos sobre crimes ambientais

Polícia Federal amplia a abertura de inquéritos sobre crimes ambientais


A média do ano passado foi de 126 novas investigações por dia. (Foto: Arquivo/PF)

A Polícia Federal (PF) manteve ritmo acelerado de investigações em 2024, com média de 126 inquéritos abertos por dia. Segundo o jornal “O Globo”, até o dia 16 de dezembro foram registrados 44.392 procedimentos, sendo 5.250 direcionados a crimes ambientais.

Este aumento, de 12% em relação a 2023 e de 30% em relação a 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, reflete a intensificação das investigações sobre incêndios no Brasil, especialmente nos estados da Amazônia, Pará, Acre e Rondônia. Os dados abrangem também crimes relacionados ao patrimônio histórico e cultural e aos povos indígenas.

Em outubro, o jornal revelou que agricultores e empresários foram responsabilizados pelos megaincêndios na Amazônia e no Pantanal. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama) aplicou R$ 451 milhões em multas a 138 alvos, com destaque para a destruição de vegetação nativa sem autorização.

O governo, por sua vez, enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei para endurecer as punições aos infratores, embora o texto ainda aguarde votação.

O número de investigações sobre crimes ambientais representa parcela significativa das investigações da PF, com crescimento contínuo desde o início do governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). Mas a análise dos dados revela uma redução de 18% no total de investigações em relação a esse período.

Para o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a queda não significa menor produtividade, mas sim aumento de eficiência da corporação: “Reduzimos a área de desmatamento e apreendemos mais medicamentos, o que mostra que os resultados melhoraram, mesmo com um número menor de consultas.”

Aspecto político

Além dos crimes ambientais, a PF concluiu investigações de relevância política, como a investigação de uma tentativa de golpe de Estado que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após sua derrota nas urnas. A operação resultou no indiciamento de 40 pessoas, entre elas Bolsonaro e o general e ex-ministro Walter Braga Netto.

Em outubro, o militar foi preso por tentar obstruir as investigações, com foco na denúncia do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro.

No final do ano passado, Rodrigues enfrentou críticas de parlamentares após a PF investigar declarações de deputados, que haviam feito denúncias contra o delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações envolvendo o ex-presidente.

Além disso, também estão em curso investigações sobre possíveis desvios às alterações parlamentares, incluindo a operação Overclean, que investiga irregularidades em contratos no Dnocs, órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento Regional. (Com informações de “O Globo”)