Pior da inflação de alimentos passou, e o que baixa preços é produzir mais, diz economista

Pior da inflação de alimentos passou, e o que baixa preços é produzir mais, diz economista


No entanto, o comportamento do preço ainda dependerá de fatores como taxa de câmbio e condições climáticas.

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No entanto, o comportamento do preço ainda dependerá de fatores como taxa de câmbio e condições climáticas. (Foto: Divulgação)

A pressão inflacionária sobre os alimentos consumidos nas famílias deve diminuir até 2025, de acordo com o economista José Roberto Mendonça de Barros. A MB Associates prevê, uma consultoria da qual ele é um parceiro, indica um aumento de 6% nos preços este ano, em comparação com 8,2% registrados em 2024. O ano passado foi marcado por uma “tempestade perfeita”, combinando demanda acalorada e choques oferecidos pela oferta. .

O alívio esperado é devido à maior produção de grãos, enquanto produtos como carne, café e laranja devem continuar a preços altos. A melhoria dos preços deve ser percebida no segundo trimestre, quando são os efeitos da entrada da colheita quem são atacado, indústria e varejo.

No entanto, o comportamento do preço ainda dependerá de fatores como taxa de câmbio e condições climáticas. O Mendonça de Barros exclui soluções “mágicas” ou intervenções do governo para conter altos preços dos alimentos. Para ele, o aumento da produção é a principal solução e o governo deve esperar a colheita entrar.

O impacto da inflação alimentar em 2024 foi significativo. Os preços domiciliares atingiram 8,2%, impulsionados por uma forte demanda das famílias, beneficiados por programas de transferência de renda e um mercado de trabalho aquecido. Produtos como laranja, carne de porco, carne vermelha, leite de longa data, óleo de soja e café tiveram aumentos significativos, pressionando o orçamento da família.

Para 2025, alguns produtos continuarão pressionados por problemas globais de fornecimento. O café enfrenta uma queda na produção no Vietnã, o que aumenta a demanda pelo produto brasileiro. A produção nacional, por sua vez, não será um registro, o que reduz a possibilidade de queda de preços. O Orange sofre de quebras de culturas na Flórida e dificuldades na produção interna. As carnes estão em um período de baixo no ciclo de gado, levando à escassez global de produtos.

Por outro lado, o petróleo de soja pode registrar preços, impulsionado por uma boa colheita, bem como por porcos, com a redução do custo da alimentação. O açúcar dependerá do comportamento da caixa de engrenagens, mas deve passar por acomodações de preços. No equilíbrio geral, a inflação de alimentos domésticos deve ser de cerca de 6% no final do ano, com alto viés.

A colheita recorde de grãos será um fator determinante para reduzir a pressão em alguns itens. Os efeitos da nova produção devem ser sentidos no segundo trimestre, impactando diretamente produtos como óleo de soja e alimentação animal. Apesar do cenário positivo de grãos, ainda é necessário monitorar o plantio do milho safrita e os impactos da política monetária restritiva sob demanda por alimentos.
Outro fator que pode influenciar os preços é a taxa de câmbio. A desvalorização do dólar em relação ao real contribui para reduzir o impacto inflacionário dos alimentos. No entanto, a instabilidade do cenário internacional, especialmente com a política econômica do presidente dos EUA, Donald Trump, pode gerar caixa de câmbio e afetar os preços internos.

A discussão sobre exportações de alimentos também gera controvérsia. Os economistas heterodoxos defendem a idéia de tributar as exportações para conter inflação interna. Para o Mendonça de Barros, esta é uma proposta desatualizada e ineficaz que pode desencorajar a produção e gerar impactos negativos a longo prazo. Ele ressalta que medidas como ações regulatórias e redes de suprimentos populares são caras e pouco eficientes. Para ele, a melhor maneira de reduzir os preços dos alimentos é promover o aumento da produção e garantir o funcionamento adequado do mercado. (Conteúdo de Isadora Duarte/Estadão)