Pane em voo oficial irrita Lula e estimula a compra de um novo avião para a Presidência da República

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A pane no avião oficial da Presidência da República não causou medo, mas grande irritação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reclamou da conectividade instável em um momento tenso como esse. Segundo aliados, o petista considera antiquado o avião adquirido há 18 anos e voltou a cogitar sua substituição. Ao final do voo, destacou que era preciso pensar na segurança dos aviões utilizados nas delegações.

A tensão a bordo reacendeu, no governo, discussões sobre a compra de um novo avião presidencial ou a reforma de unidades da FAB. O ex-presidente Jair Bolsonaro comprou aeronaves da Azul, mas os modelos precisam ser adaptados para uso presidencial, uma reforma cara que pode custar pontos na popularidade de Lula.

Desde 2023, o presidente manifesta a intenção de substituir os A319, os “Aerolula”, adquiridos no primeiro mandato, pelos A-330, que têm maior autonomia de voo e estão na FAB. As adaptações envolveriam a instalação de suíte com cama de casal e banheiro com ducha e escritório de trabalho privativo.

Assustada com a falha da turbina, que obrigou o avião a circular durante cinco horas para queimar combustível, a primeira-dama Janja defendeu que a delegação passasse mais uma noite no México. Lula, porém, decidiu que todos embarcariam imediatamente no avião reserva que os esperava no aeroporto.

FABULOSO

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, defendeu nesta quinta-feira (3) a compra de um novo avião presidencial. A discussão sobre a compra de uma nova aeronave ganhou força após problemas no voo que traria Lula de volta da Cidade do México no início da semana.

“Um país como o nosso, do tamanho do Brasil, merece ter um avião maior para transportar o presidente”, afirmou.

Com problemas técnicos, o avião de Lula deu 50 voltas no céu do México antes de pousar. A aeronave passou quase 5 horas sobrevoando a Cidade do México para perder combustível e pousar com segurança.

A falha não foi detalhada e a delegação teve que utilizar o avião “reserva” para retornar.

“Pessoalmente defendo [a compra de uma nova aeronave]. Este avião completa 20 anos no dia 5 de janeiro. O avião é seguro, mas além disso tem uma autonomia que nos convém parcialmente. Acho que um país como o nosso, uma potência mundial, entre as dez maiores economias do mundo, deveria ter um avião maior, que tivesse mais autonomia e mais espaço para transportar o líder do país”, disse Damasceno.

Damasceno afirmou que não houve desligamento da turbina ou do motor do avião e que as causas da falha continuam sob investigação do Centro de Pesquisa e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. Não há prazo para divulgação do relatório preliminar.

Segundo ele, não foram encontrados indícios de “ingestão de pássaros” e outras hipóteses estão sendo consideradas.

“Não temos indicação de ingestão de aves, nenhuma ainda. Normalmente quando o pássaro é grande há penas e sangue, mas pode ser. Sempre que há uma vibração no motor e uma vibração na estrutura, na fuselagem do avião, é sempre um indício de que às vezes o desprendimento de uma peça, ou a ingestão de pássaros ou às vezes algo quase absurdo, a ingestão de outro comida que vem de outro avião”, disse o comandante.

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