Outubro com 21 dias? Web desvenda mistério em calendário

Imagine que você está no ano de 1582. Se hoje é 4 de outubro, amanhã será dia 5, certo? Errado! Naquele ano, o calendário saltou de 4 para 15 de outubro. Os 10 dias suprimidos simplesmente não existiam. A descoberta desse fenômeno despertou a curiosidade da internet, que descobriu que não havia nada de sobrenatural, mas sim a ação de um papa.

Naquele ano, o Papa Gregório XIII precisou eliminar os dias entre 5 e 14 de outubro para estabelecer o calendário gregoriano. Como resultado, o dia 4 de outubro daquele ano foi o último dia do calendário juliano e o dia 15 o primeiro dia do calendário gregoriano.

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O ponto de partida para esta contagem de tempo é o ano de nascimento de Jesus Cristo e os anos são organizados em 12 meses, que têm entre 28 e 31 dias. Como o calendário gregoriano segue o ciclo solar, foi necessário fazer um ajuste aos erros do calendário juliano, que era adotado anteriormente e estava 10 dias atrasado em relação ao ciclo solar. A solução, então, foi retirar essas datas do calendário.

Com a mudança, ocorreu um acontecimento inusitado: a freira Santa Teresa de Jesus, que séculos mais tarde se tornaria Santa Teresa de Ávila, faleceu em 4 de outubro de 1582 e foi sepultada no dia seguinte, 15 de outubro.

Até hoje, o calendário gregoriano é o adotado na maioria dos países ocidentais, inclusive no Brasil. No entanto, muitos países utilizam calendários diferentes com base nas suas culturas, religiões e etnias. É o caso da Índia, China, Etiópia, Arábia SauditaIsrael, Iémen, Irão e Afeganistão, por exemplo.

Como era o calendário antes?

Os primeiros calendários surgiram nos tempos pré-históricos, quando o ser humano começou a observar o nascer e o pôr do sol e as fases da lua para desenvolver a agricultura, a caça e a migração.

A organização em calendário teria acontecido por volta do ano 2.700 a.C., quando o povo mesopotâmico passou a adotar o conceito de ano, que era dividido em 12 meses lunares, cada um com 30 dias. Cada dia foi dividido em 12 períodos de 30 partes cada.

Mais de mil anos depois, um novo calendário foi estabelecido na Babilônia. O ano teve 12 meses, alternando entre 29 e 30 dias, totalizando 354 dias. O calendário juliano foi adotado pelos romanos em 45 a.C., sendo criação do imperador Júlio César.

A contagem dos dias começa ao meio-dia de 1º de janeiro de 4713 AC. Este calendário estabeleceu o ano solar como um período de 365 dias e 6 horas, com um dia adicional a cada quatro anos para compensar o acúmulo de 6 horas.

O problema é que o ano não tem exatamente 365 dias e 6 horas, mas sim 365 dias, 5 horas, 48 ​​minutos e 46 segundos. Em outras palavras, este calendário estava 11 minutos e 14 segundos adiantado em relação ao tempo que a Terra leva para dar a volta ao Sol.

A diferença pode parecer pequena, mas nos 16 séculos em que foi adotado gerou-se uma defasagem de mais de 10 dias, que foi corrigida pelo calendário gregoriano. Para isso, o papa da época se baseou em estudos astronômicos que apontavam o erro.