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A Editorial Sul
| 17 de agosto de 2024
O movimento permitirá que os brasileiros invistam na China e vice-versa. (Foto: Reprodução)
De olho no mercado de investimentos na China, Bradesco e Itaú anunciaram parcerias com grandes gestores de recursos do país asiático, no ano em que a relação diplomática entre as duas nações completa 50 anos (comemorado na última quinta-feira) e em que os fluxos comerciais atingiram recorde níveis. O movimento permitirá que os brasileiros invistam na China e vice-versa. Os bancos, maiores empresas privadas do Brasil, fizeram o anúncio nesta sexta-feira (16).
O Bradesco deu um passo mais concreto e deverá ter um fundo de ativos brasileiro listado na Bolsa de Xangai este ano, provavelmente até outubro, por meio de um ETF (fundo de índice). Em contrapartida, um fundo de índice de papéis chineses será listado na B3, à disposição de qualquer investidor. A ofensiva será possível porque o banco, que tem R$ 857 bilhões em ativos sob gestão, assinou acordo de cooperação com a China Universal Asset, gestora com 178 bilhões de dólares (R$ 971 bilhões).
“Nossos recursos (serão oferecidos) em Xangai para dar acesso ao mercado brasileiro aos chineses, e os deles, aqui, para dar acesso ao mercado chinês aos brasileiros”, explica o CEO da Bradesco Asset, Bruno Funchal, que vê enorme potencial na estratégia.
“Acreditamos fortemente no mercado chinês, que apresenta grandes oportunidades de investimento tanto em setores como veículos elétricos, biotecnologia, painéis solares, entre outros, quanto no interesse chinês em acessar o mercado brasileiro, que também possui setores como commodities, que têm estratégias atrativas para a economia chinesa”, acrescenta Funchal, ex-secretário do Tesouro.
No Itaú, o gestor do banco quer buscar colaboração com o E Fund em “múltiplas plataformas”, segundo comunicado conjunto divulgado ontem. A gestora chinesa tem US$ 464 bilhões (R$ 2,5 trilhões) sob gestão, enquanto a Itaú Asset tem R$ 971 bilhões em ativos e mais de 2,6 milhões de clientes. Os clientes do grupo chinês não são apenas particulares, mas também grandes investidores institucionais, incluindo bancos centrais, fundos soberanos, fundos de pensões e companhias de seguros.
Brasília e Pequim
A ofensiva dos bancos ocorre num momento de maior proximidade entre Brasília e Pequim. Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil e, em 2023, o comércio bilateral atingiu o recorde de 157 bilhões de dólares (R$ 857 bilhões). Em novembro, o presidente da China, Xi Jinping, deverá vir ao Brasil para uma visita de Estado, pouco antes da cimeira do G20, que reúne as maiores economias do mundo, no Rio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o Pequim em 2022.
O copresidente do Fundo E, Xiaoyan Liu, destaca que a gestora chinesa está a acelerar a sua estratégia de internacionalização. “A cooperação e o intercâmbio com o Itaú Asset ajudarão o E Fund a oferecer uma gama mais diversificada de produtos e serviços”, afirma, no comunicado. A parceria, explica ele, também servirá de ponte para investidores do Brasil investirem no país asiático.
A Itaú Asset também vê a estratégia como mais um passo em sua expansão internacional, segundo o head de Global Investment Management da gestora, Carlos Augusto Salamonde. “A parceria com o Fundo E está alinhada à agenda estratégica do Itaú de buscar sempre as melhores oportunidades de investimentos, em qualquer cenário e com diversificação geográfica e de ativos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Os dois maiores bancos privados do Brasil, Itaú e Bradesco, estão de olho no mercado chinês
17/08/2024
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