Operação da Polícia Federal mira mais de 200 foragidos do 8 de Janeiro

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A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira (6) uma operação para prender os envolvidos, alguns foragidos, nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas.

Policiais cumpriram 209 mandados de prisão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 18 estados e no Distrito Federal, para capturar investigados e condenados.

Destes, 49 foram presos e 160 estão foragidos. A ação ocorreu em mais uma fase da Operação Lesa Pátria. Os envolvidos, segundo a PF, descumpriram medidas cautelares judiciais ou até fugiram para outros países, com o objetivo “de evitar a aplicação da lei penal”.

A principal rota, segundo os investigadores, é a Argentina, onde estariam mais de 60 pessoas. Nenhum deles passou pelos controles de imigração. As investigações mostram que eles podem ter entrado no país vizinho até no porta-malas dos veículos. Outros entraram caminhando pela ponte fronteiriça ou atravessando o rio Paraná. Todas as fugas ocorreram este ano. O Brasil solicitará a extradição dessas pessoas.

Entre os descumprimentos das medidas, segundo a polícia, estão: violação de tornozeleira eletrônica; mudança de endereço sem comunicação; e não comparecimento ao tribunal. Embora não tenham sido expedidos mandados de busca e apreensão, a PF informou que há ordem judicial para apreensão das armas encontradas. Um deles foi localizado.

Os nomes dos foragidos que não forem presos serão incluídos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Aquelas pessoas que a PF já mapeou e que estão no exterior serão incluídas na lista de procurados da Interpol.

Segundo a Polícia Federal, o número de mandados por unidade da federação são:
– Distrito Federal: 7
– Paraná: 5
– Bahia: 1
– Mato Grosso: 4
– Minas Gerais: 7
– Goiás: 1
– Mato Grosso do Sul: 1
– São Paulo: 17
– Santa Catarina: 3
– Espírito Santo: 1
– Pará: 1

Os crimes associados aos envolvidos são a abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado; associação criminosa; incitação ao crime; destruição e deterioração ou inutilização de bens especialmente protegidos.

O graduado em Direito Lucas Costa Brasileiro, de 29 anos, foi um dos presos na nova fase da Operação Lesa Pátria. Lucas foi preso no local, mas foi libertado condicionalmente. No entanto, ele foi preso novamente por quebra de restrição.

Em junho do ano passado, a família de Lucas chegou a organizar uma petição pela sua libertação. O solteiro afirma que participou do protesto após a realização de um concurso, mas que não participou do vandalismo. Lucas é morador de Sobradinho (DF).

“Ele chegou à manifestação por volta das 17h40, achando que era pacífica, porém, quando chegou havia um caos por toda parte, sem saber para onde correr para se abrigar, a polícia o chamou para entrar no Congresso Nacional”, diz trecho da petição.

Em depoimento à PF logo após ser preso, em janeiro do ano passado, Lucas disse que soldados do Exército acenaram para os manifestantes. Disse ainda que os militares convidaram os participantes do evento a se abrigarem no Palácio do Planalto.

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