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A Editorial Sul
| 28 de novembro de 2024
(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais vinculados ao salário mínimo (como o BPC – Benefício de Prestação Continuada) deverão arcar com a maior parte dos cortes de gastos anunciados pelo governo federal.
O pacote, detalhado nesta quinta-feira (28) pela área econômica, será enviado ao Congresso e precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado para virar lei.
Pela proposta da equipe econômica, a nova regra que limita o crescimento do salário mínimo poderá gerar uma economia de R$ 109,8 bilhões entre 2025 e 2030. Isso equivale a um terço da expectativa total de poupança do dinheiro público no período: R$ US$ 327,1 bilhões.
Ou seja: a cada R$ 3 economizados com o pacote, R$ 1 seria destinado ao pagamento de aposentadorias, pensões e benefícios sociais. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.412.
Entenda a mudança
Pelo formato adotado atualmente, o reajuste salarial corresponde à soma de dois índices: a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos 12 meses até novembro, conforme previsto na Constituição, que atualmente está estimada em 4,66 % pelo governo; e o índice de crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) dos dois anos anteriores.
No caso de 2025, vale o PIB de 2023, que cresceu 2,9%. O aumento, neste caso, seria de 7,71% a partir de janeiro de 2025, correspondendo ao mínimo de R$ 1.521. Com a mudança proposta pelo governo, se aprovada, o salário mínimo teria um aumento real, acima da inflação, limitado a 2,5% ao ano.
Isso daria à inflação do ano anterior, nos 12 meses até novembro, aumentada pelo PIB de dois anos antes, mas com teto de 2,5% (mesmo que o PIB de dois anos antes crescesse mais que isso).
Esses 2,5% são justamente o limite máximo para gastos do governo dentro do marco fiscal, regra para contas públicas aprovada em 2023. Portanto, em 2025, caso a nova regra já seja aprovada, o aumento seria de 7,29%, para R$ 1.515.
Com a nova proposta do salário mínimo, o governo deixaria de pagar cerca de R$ 2,2 bilhões em pensões e benefícios sociais em 2025. Isso porque, segundo cálculos do governo, para cada R$ 1 de aumento no salário mínimo isso gera uma despesa de aproximadamente R$ 392 milhões.
As prestações da segurança social, entre outras, não podem ser inferiores ao valor mínimo.
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Nova regra que limita crescimento do salário mínimo pode gerar economia de quase R$ 110 bilhões entre 2025 e 2030
2024-11-28
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