“Nossa Constituição preza pela dignidade”, diz o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre deportados algemados dos Estados Unidos

“Nossa Constituição preza pela dignidade”, diz o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre deportados algemados dos Estados Unidos


Os brasileiros relataram problemas com alimentos, falhas técnicas, abuso e agressões no voo americano.

Foto: Marcelo Camargo/AgÊncia Brasil

Os brasileiros relataram problemas com alimentos, falhas técnicas, abuso e agressões no voo americano. (Foto: Marcelo Camargo/AgÊncia Brasil)

O vice -presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), parabenizou o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, por determinar a remoção das algemas dos deportados brasileiros dos Estados Unidos.

Alckmin também falou sobre o envio do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para levá -los ao destino final em Minas Gerais. O vice de Lula também citou um trecho da Constituição que aborda os direitos humanos.

“Nossa Constituição estabelece a dignidade da pessoa humana como um princípio republicano básico e a prevalência dos direitos humanos como um dos eixos de suas relações internacionais”, afirmou.

Na noite de sábado (25), o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o superintendente interino da polícia federal na Amazonas, Savio Pinzón, e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional em Manaus. Pinzón e Pinheiro relataram Vieira sobre o que os brasileiros repatriados passaram.

O voo com 88 brasileiros desembarcou no Aeroporto Internacional de Manaus (AM) na sexta-feira (24), em vez de ir diretamente para o Aeroporto Internacional Belo Horizonte-Confins, em Minas Gerais.

A aeronave pousou em Manaus para reabastecer. No entanto, durante o procedimento, ele apresentou problemas técnicos no ar condicionado, causando um princípio de tumulto entre os passageiros, trazendo o cancelamento da continuação para os Minas.

Os brasileiros estavam sendo transportados à mão pelos EUA. No Brasil, o Ministério da Justiça determinou a retirada de algemas, classificadas pelo portfólio como um “desrespeito flagrante pelos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.

Em Confins, os brasileiros relataram problemas com alimentos, falhas técnicas, abuso e agressões no voo americano. Ao todo, o grupo consistia em 88 pessoas – quatro brasileiros estavam em Manaus.

Luiz Fernando, do interior de Minas Gerais, fazia um ano e meio nos Estados Unidos. Preso há 40 dias no país, o brasileiro informou que um compatriota recebeu um assassino de leões e desmaiando com o golpe.

“Nós alimentamos (no voo), mas não muito”, disse ele. “Fiquei muito abalado com o tratamento que eles deram. Meu Deus do céu … nunca vi algo assim ”, acrescentou.

Luiz Antônio, 21, que morava no Brasil em Teófilo Otoni (MG), disse que os brasileiros foram tratados “como disseram que os imigrantes seriam tratados”. “Não poderíamos dizer nada”, disse ele.

Mais de um brasileiro relatou que, quando os agentes da polícia federal (PF) queriam entrar no voo em Manaus, os agentes dos EUA tentaram limpá -los.

“Foi a pior coisa que passei na minha vida”, disse Aelinton Cândido, 43, de Divinópolis (MG).

Os brasileiros também relataram problemas desde a detenção em solo americano.

“Até os cães do Brasil estavam comendo melhor do que nós”, disse Lucas Gabriel, de Betim (MG), 23. “Apenas pão, água, cereais …”, acrescentou.

Ele disse que estava nos EUA há cinco anos, trabalhando na construção e foi deportado depois de ser pego dirigindo sem carteira de motorista.

“Eu nunca mais faço isso”, disse Carlos Vinícius, 29.

Nascido em Vespasiano, na Grande BH, Carlos tentou entrar ilegalmente nos EUA, mas acabou sendo preso na fronteira com o México.

“Fui lá para ganhar a vida, porque aqui (o Brasil) é difícil”, disse ele.

Vinicius relatou ter desembolso cerca de US $ 30.000 para entrar nos EUA. Sem sucesso, ele foi preso por oito meses, até a deportação.