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A Editorial Sul
| 8 de julho de 2024
O líder do PSD esteve com Jair Bolsonaro na semana passada e explicou o rótulo do governo. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Nome preferido do governo Lula (PT) para presidir a Câmara a partir do próximo ano, o deputado Antonio Brito (PSD-BA) também tem buscado se aproximar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na última quinta-feira (4), o parlamentar esteve com Bolsonaro em Brasília, na sede do PL, e recebeu a medalha “imbrochável” do líder da direita.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a conversa girou principalmente em torno das Santas Casas – tema comum entre os dois. O líder do PSD na Câmara já presidiu entidades ligadas a hospitais na Bahia e tem forte presença no setor.
O tema é particularmente delicado para Bolsonaro: o ex-presidente foi internado na Santa Casa de Juiz de Fora (MG) em 2018, após sofrer uma facada durante a campanha eleitoral. Desde então, ele agradece ao hospital.
Ao chegar ao encontro, Brito tentou explicar a Bolsonaro uma das principais críticas à sua candidatura na Câmara: o fato de ser visto como apoiador do governo. O deputado disse que o apelido é verdadeiro, mas vale para todos os governos. Além disso, afirmou que precisa estar próximo das gestões federais em função da defesa das Santas Casas.
O líder do PSD mostrou ao ex-presidente um levantamento do “Basômetro”, ferramenta de dados do Estadão sobre o nível de apoio dos parlamentares ao Executivo. O que agradou a Bolsonaro foi que Brito apareceu com 87% do apoio do governo durante sua gestão.
Durante o governo Temer, Brito obteve 81%. No segundo mandato de Dilma Rousseff, 69%. No primeiro mandato de Dilma, 83%. O “Basómetro” não fez esta medição no atual governo, mas nos bastidores o líder do PSD calcula uma taxa próxima dos 95%. Ou seja, é leal a Lula, mas também cooperou com o governo Bolsonaro.
“Olha, Brito, agora você tem os três i”, disse Bolsonaro, ao entregar a medalha. Os “três és” mencionados pelo ex-presidente são os adjetivos “imbrocável”, “imortal” e “não comestível”, que costuma usar para se referir a si mesmo. O ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara, foi um dos que acompanhou a conversa.
No fim de semana, Bolsonaro também entregou a medalha ao presidente da Argentina, Javier Milei, seu aliado na região. O jogador Neymar Jr., o técnico Pablo Marçal (PRTB) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que deve contar com o apoio do ex-presidente para a reeleição, também foram condecorados.
Brito não comentou o encontro com Bolsonaro, mas disse que “para presidir a Câmara é preciso ter independência, dialogar com todos os deputados de esquerda, direita e centro e garantir igualdade nas agendas de todos no Parlamento”.
Como mostrou o Broadcast Político em junho, Bolsonaro tem dito que apoiará o candidato que o atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), escolher para o comando da Câmara. O deputado alagoano, por sua vez, afirmou que indicará um nome em agosto. Com a maior bancada da Câmara, com 95 deputados, o PL de Bolsonaro terá papel decisivo.
Além de Brito, os principais pré-candidatos são o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e o líder da União Brasil na Casa, Elmar Nascimento (BA), mais próximo de Lira. A eleição ocorre em fevereiro de 2025.
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O nome preferido do governo Lula para presidir a Câmara dos Deputados, Antonio Brito, tem buscado se aproximar de Bolsonaro. Chegou até a receber dele a medalha “imbrocável”.
08/07/2024
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