RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma mulher foi à polícia nesta segunda-feira (14) para denunciar que recebeu um teste falso positivo para HIV após o parto e que sua filha recém-nascida teve que beber um coquetel.
O exame foi realizado pelo PCS Lab Saleme, laboratório investigado por emitir supostos laudos falsos que resultaram em um órgãos infectados pelo HIV.
Tatiana de Andrade Silva Baracho é moradora de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, cidade onde fica o laboratório. Seu nascimento, após 35 semanas de gestação, ocorreu na maternidade NeoMater, também em Nova Iguaçu, em setembro de 2023.
Ela registrou boletim de ocorrência na 56ª DP (Comendador Soares), após saber pela imprensa que o laboratório estava sob investigação.
Tatiane conta que fez um teste rápido de HIV na maternidade e deu positivo. A NeoMater contratou o PCS Lab Saleme para a realização dos exames.
“Assim que tive minha filha, vieram me dizer que o teste deu positivo, que ela já estava tomando remédio para HIV e que eu tinha que fazer outro exame”, conta Tatiane à Folha.
O teste positivo de Tatiane foi assinado por Walter Vieira, ginecologista e um dos sócios do laboratório. Ele foi preso nesta segunda-feira durante operação da Polícia Civil do Rio.
Em nota, a defesa de Walter e Mateus Vieira, outro sócio da instituição, disse repudiar a “suposta existência de esquema criminoso para falsificação de laudos dentro do laboratório, empresa que atua no mercado há mais de 50 anos .” Diz ainda que ambos prestarão todos os esclarecimentos ao Tribunal.
Com a prova em mãos, Tatiane afirma ter passado por momentos traumáticos. De acordo com o protocolo médico para o teste positivo, o recém-nascido, que nasceu prematuro, precisou tomar antirretrovirais por 28 dias e permaneceu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por 30 dias.
Os antirretrovirais atuam no sistema imunológico, bloqueando o ciclo de multiplicação do vírus. A mãe teve que secar o leite e não conseguiu amamentar a filha para evitar a suposta infecção.
“Um dos médicos me disse que eu teria que me apegar a Deus porque não havia cura”, conta Tatiane. “Eu estava sozinho na UTI. Fiquei desesperado.”
Outro médico da maternidade, segundo Tatiane, avisou que ela precisaria fazer um novo exame para verificação. Esse segundo exame, segundo o paciente, não foi entregue pelo hospital.
“Uma pessoa disse que a impressora estava ruim e outra disse que o exame foi inconclusivo e que eu deveria fazer um terceiro exame, fora ou no próprio laboratório do PCS. Como não confiava mais no PCS, procurei outros laboratórios e Foi negativo.”
Em outubro e novembro, Tatiane fez novos exames em duas clínicas diferentes, que deram resultados negativos para HIV. Ela só conseguiu receber o resultado do segundo exame do PCS em janeiro deste ano, 4 meses após o nascimento da filha, quando se dirigiu à sede do laboratório para buscá-lo pessoalmente.
Segundo a mulher, o resultado do segundo exame foi negativo e não inconclusivo conforme havia sido informada.
Em comunicado, o PCS Lab Saleme adianta que “o resultado do terceiro teste da grávida estava disponível desde 29 de setembro de 2023, mesma data em que foi acedido pela equipa da maternidade. impresso 12 vezes na maternidade, conforme registrado no sistema”.
“É responsabilidade dos hospitais informar os resultados dos exames dos pacientes atendidos ou internados nessas unidades”, acrescentou o laboratório, em nota.
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O hospital NeoMater informou, também em nota, que “a paciente em questão recebeu todos os esclarecimentos devidos durante sua permanência na unidade. Além disso, mesmo após a alta, mantemos disponíveis todos os resultados dos exames realizados e o acesso ao médico”. prontuário, exame porque é direito do paciente”.
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