Mulher de ministro de Lula é aprovada para cargo no Tribunal de Contas do Ceará com salário de R$ 39,7 mil

Mulher de ministro de Lula é aprovada para cargo no Tribunal de Contas do Ceará com salário de R$ 39,7 mil


Em votação secreta, o plenário da Assembleia Legislativa do Ceará aprovou o nome da esposa de Camilo Santana, ministro da Educação, para cargo vitalício.

Foto: @camilosantana via Facebook

Em votação secreta, o plenário da Assembleia Legislativa do Ceará aprovou o nome da esposa de Camilo Santana, ministro da Educação, para cargo vitalício. (Foto: @camilosantana via Facebook)

A esposa do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), Onélia Santana, teve seu nome aprovado nesta sexta-feira (13) para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE).

Após ser questionado nesta quinta-feira (12) pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o nome de Onélia recebeu parecer favorável na comissão e foi para apreciação final pelo plenário da Câmara em sessão especial esta sexta-feira.

Com votação secreta e 41 parlamentares presentes, o placar foi de 36 votos a 5 para que a psicopedagoga, doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC, assumisse o cargo.

Onélia, que atualmente é secretária de Proteção Social do Ceará desde janeiro de 2023, ingressará no tribunal pelos próximos 33 anos, até atingir a idade de aposentadoria compulsória, aos 75 anos. O salário mensal dos conselheiros do TCE-CE é de R$ 39.717,69.

Embora haja um domínio da base do governador Elmano de Freitas (PT), aliado e sucessor do ministro da Educação – Santana foi governador do Ceará entre 2015 e 2022 –, a sessão foi marcada por manifestações, sobretudo, contra a indicação .

O deputado estadual Sargento Reginauro (União) criticou a mídia estatal por, segundo ele, não focar no assunto durante a sabatina do indicado. “Pareceu ruim, a nomeação da esposa de Camilo Santana foi vexatória e desnecessária”, disse, referindo-se à notícia que repercutiu nacionalmente, citando que ela é a quarta esposa de um ministro no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ( PT) nos tribunais de contas de todo o país.

Reginauro também questionou um critério técnico para a indicação, quanto ao regimento interno dizendo que, para ser aprovado, a pessoa não pode ter respondido a nenhuma ação criminal, afirmando que o “nada está dito” apresentado pelo secretário diz respeito ao momento atual, e não o passado. Romeu Aldigueri (PDT) pediu a palavra, afirmando que a questão foi esclarecida por Onélia durante a sabatina, referindo-se a um inquérito extinto do qual o secretário foi absolvido.

O deputado Queiroz Filho (PDT) também se pronunciou, corroborando a pergunta sobre a exigência processual. O deputado também defendeu que a votação seja aberta. Outro oposicionista, Carmelo Neto (PL) disse que houve uma “clara fraude” no Estado por parte do ministro da Educação e que todos já sabiam qual seria o resultado da votação. Os parlamentares também criticaram o fato de a audiência de Onélia do dia anterior não ter sido aberta à imprensa.

Osmar Baquit (PDT) subiu ao pódio para defender a indicação, afirmando que “é pura inveja, porque Camilo se tornou o maior líder político do Estado” e afirmou que indicações também ocorreram em outros governos, citando Jair Bolsonaro (PL) nomeação de dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e sua proximidade com Michelle Bolsonaro. (Estadão Conteúdo)